CGTP quer pagamento do ordenado a 100% para quem não possa trabalhar devido ao coronavíurus
A CGTP defendeu que "o que se exige é o pagamento [do salário] a 100% para todos" os que não possam trabalhar, numa reação às medidas de combate ao coronavírus tomadas pelo Governo.
A CGTP defendeu esta sexta-feira que “o que se exige é o pagamento a 100% para todos” os que não possam trabalhar, numa reação às medidas de combate à expansão da epidemia do novo coronavírus tomadas pelo Conselho de Ministros.
A secretária-geral da central sindical, Isabel Camarinha, falava aos jornalistas, em conferência de imprensa na sede Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), na sequência do anúncio das medidas do Governo para prevenção do contágio por Covid-19 e de apoio aos trabalhadores e empresas.
A CGTP lamentou “medidas de apoio à família que implicam redução de salário”, acrescentando que “o que se exige é o pagamento de 100% para todos”.
Isabel Camarinha referiu ainda a rejeição por parte da CGTP “das implicações que decorrem do regime simplificado de ‘lay-off’ (suspensão temporária dos contratos de trabalho)”, conforme foi apresentado pelo Governo, bem como a preocupação com o desaparecimento “do comunicado do Conselho de Ministros” das micro, pequenas e médias empresas.
Quanto à política de apoio às restantes empresas, aquela estrutura considera que, a ser necessário auxílio financeiro, ele deve ser suportado por verbas extra do Orçamento do Estado. “O momento é de equidade e solidariedade”, sublinhou a responsável, apelando “à calma, firmeza e serenidade”. Defendendo também a urgência do reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), apontou o dedo aos sucessivos Governos, que acusa de o terem negligenciado.
A valorização dos profissionais de saúde e a contratação de mais trabalhadores são, na perspetiva da central sindical, medidas a considerar, defendendo que “não é com prolongamento sem limites do tempo de trabalho” que se deve combater o surto de Covid-19. “A CGTP reafirma que as medidas [anunciadas pelo Governo] têm um caráter extraordinário e não podem servir para aumentar a exploração dos trabalhadores”, acrescentou.
O Governo anunciou esta madrugada que os trabalhadores por conta de outrem que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos vão receber 66% da remuneração-base, metade a cargo do empregador e outra metade da Segurança Social, e decidiu ainda “apoio financeiro excecional aos trabalhadores independentes que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos, no valor de um terço da remuneração média”, declarada nos últimos meses, entre outras medidas de apoio à proteção social dos trabalhadores e famílias em resposta à pandemia da Covid-19.
O Conselho de Ministros aprovou, também, a contratação de médicos aposentados, sem sujeição aos limites de idade, e a suspensão dos limites de trabalho extraordinário.
(Notícia atualizada às 14h38 com mais informação)
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