Pandemia de coronavírus pode eliminar quase 25 milhões de empregos em todo o mundo, diz a OIT
A OIT estima que a pandemia de coronavírus conduzirá ao desaparecimento de quase 25 milhões de euros. Isto no cenário "mais negro". A perspetiva mais otimista indica eliminação de 5,3 milhões.
A pandemia de coronavírus pode pôr em risco quase 25 milhões de postos de trabalho, estima a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade liderada por Guy Ryder acredita que o surto em causa terá efeitos “extensos” no mercado de trabalho, atirando milhões de trabalhadores para o desemprego e para a precariedade. Daí que apele à tomada imediata de medidas que assegurem os empregos e evitem a confirmação — ou pelo menos, mitiguem — dessa projeção.
Segundo defende a OIT, se os governos se coordenarem entre si, o impacto deste surto no mercado de trabalho poderá ser “significativamente inferior”. E entre as respostas consideradas desejáveis estão: o alargamento da proteção social, apoios à retenção de talento, bem como alívio fiscal para micro, pequenas e médias empresas. Além disso, a organização de Guy Ryder recomenda que sejam tomadas medidas orçamentais e monetárias que estimulem a economia e que seja disponibilizado financiamento a determinados setores.
No “melhor cenário”, a OIT estima que a pandemia eliminará 5,3 milhões de empregos. Já no cenário “mais negro”, esse número pode chegar aos 24,7 milhões de postos de trabalho. Em comparação, na crise financeira de 2009, o desemprego global aumentou em 22 milhões de pessoas, lembra a organização.
Por outro lado, é expectável que o impacto da propagação do coronavírus na economia mundial se traduza na redução das horas trabalhadas e dos salários, estimando-se perdas nos rendimentos dos trabalhadores entre 860 mil milhões de dólares (cerca de 777 mil milhões de euros) e 3,4 biliões de dólares (cerca de três biliões de euros), até ao final de 2020. Tal irá, de resto, refletir-se numa diminuição do consumo de bens e serviços e, consequentemente, afetar os negócios e as economias.
“Isto já não é uma crise de saúde pública global, é uma grande crise económica e do mercado de trabalho e está a ter um impacto significativa nas pessoas“, sublinha Guy Ryder, aconselhando os governos o diálogo entre si e com os parceiros sociais.
Em Portugal, o Executivo de António Costa tem frisado que a manutenção dos postos de trabalho é uma das suas prioridades, tendo apresentado uma série de medidas para apoiar os empregadores. Exemplo disso é o “novo lay-off“, que encarrega a Segurança Social do pagamento de 70% de dois terços do salário dos trabalhadores e isenta as empresas das contribuições sociais durante este período.
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