Governo condiciona acesso das empresas a linhas de crédito à manutenção dos postos de trabalho
O primeiro-ministro anunciou que o Estado só dará crédito às empresas que mantiverem emprego.
O primeiro-ministro afirmou que as linhas de crédito para as empresas serão dadas “sob condições de manutenção de emprego”. Quanto a um programa de relançamento da economia portuguesa, António Costa remeteu-o para um período posterior.
O anúncio foi feito na conferência de imprensa desta sexta-feira, 20 de março, após a conclusão da reunião de mais uma Conselho de Ministros onde foi aprovado o decreto que regulamenta o estado de emergência decretado pelo Presidência da República.
“A contrapartida que exigimos é que não haja despedimentos. É perfeitamente razoável“, disse António Costa, referindo que “a crise que estamos a viver não tem a ver nem com a nossa economia nem com as nossas empresas e nossos trabalhadores”. “Tem uma causa extraordinária e bem conhecida: um vírus e tem devastado a nível global as economias”, completou, pedindo ao país para que não se conforme com a ideia de que “o impacto seja irreversível”.
“Temos de assegurar a travessia para em junho avaliar os danos sofridos e perspetivar um novo futuro para a economia”, afirmou Costa, assinalando que é preciso “tranquilizar as famílias e as empresas de que haverá um novo futuro uma vez passada esta primeira onda da pandemia“.
O primeiro-ministro revelou também que os apoios, através das linhas de crédito, serão “alargados” a outros setores, nomeadamente ao comércio, que tinha já criticado ter sido deixado de fora numa altura em que o estado de emergência vai obrigar temporariamente ao encerramento de portas. Além disso, António Costa referiu que haverá um apoio especial ao setor social “de forma a que possam continuar a desenvolver esse trabalho imprescindível”.
“Este é também um momento de emergência económica onde é preciso preservar o emprego, os rendimentos e impedir que as empresas encerrem as suas portas“, afirmou, assumindo que “este será seguramente um trimestre muito duro para todos”. E admitiu também que o Governo não poderá “assegurar a 100% a liquidez das empresas e do rendimento das famílias”.
"A contrapartida que exigimos é que não haja despedimentos. É perfeitamente razoável.”
“É absolutamente fundamental chegar a junho em condições de encarar de confiança e prepara o relançamento da economia”, pediu António Costa, admitindo que “ninguém tem ilusões de que possa ser possível de haver tantos encerramentos e termos uma atitude de recolhimento generalizado sem que isso tenha pesadas consequências na nossa economia”.
O Governo anunciou também a suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento por três meses e a prorrogação automático dos subsídios de desemprego. O primeiro-ministro esclareceu também que o pacote de medidas para ajudar a economia é especificamente para os próximos três meses.
O primeiro-ministro revelou ainda que o Estado está a apoiar um “centro tecnológico” para criar condições para a produção nacional de ventiladores assim como “novas formas de teste rápido” para massificar os testes.
(Notícia atualizada às 22h25 com mais informação)
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