Católica vê economia a contrair até 1,8% no 1.º trimestre
A incerteza não permite tirar já ilações sobre o impacto da segunda quinzena de março na evolução do PIB no primeiro trimestre, mas é certo que haverá uma contração em cadeia, antecipa a Católica.
Os economistas da Católica antecipam que a economia portuguesa possa contrair entre 0,3 e 1,8% no primeiro trimestre devido à quebra da atividade económica na segunda quinzena de março. O número oficial só deverá ser conhecido a meio de maio na estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Embora com um grau de incerteza muito superior ao normal dada a rápida deterioração dos indicadores de alta frequência para registos fora dos intervalos historicamente observados”, ressalva o NECEP – Católica Lisbon Forecasting Lab numa atualização feita esta quarta-feira às projeções, é possível prever que entre janeiro e março o PIB tenha contraído em cadeia, ou seja, comparando o primeiro trimestre de 2020 e o quarto trimestre de 2019.
A ordem de grandeza dessa contração é que varia consoante os dois cenários traçados pelos economistas da Católica. No cenário base são usados os indicadores ao longo do trimestre “ao passo que o cenário alternativo dá mais peso aos indicadores já disponíveis até março”. Assim, no cenário base o PIB contrai 0,3% em cadeia enquanto no cenário alternativo a quebra é de 1,8%.
O cenário base de uma contração em cadeia de 0,3% (e uma variação homóloga positiva) é “relativamente benigno face à gravidade da situação atual” e justifica-se pelo “arranque de ano favorável em termos de consumo, investimento e exportações”, explicam os economistas, assinalando que esse dinamismo foi “abruptamente interrompido em março, como sugerem os indicadores já disponíveis”. Neste cenário, a taxa de desemprego do primeiro trimestre deverá ficar pelos 6,8%, o que compara com 6,7% no quarto trimestre de 2019.
Já o cenário alternativo dá maior importância à “quebra abrupta registada em alguns indicadores de alta frequência”, antecipando uma contração em cadeia de 1,8% e 0,3% em termos homólogos e ainda uma redução do consumo privado de 2,5% “por via da alteração do comportamento dos portugueses visível em estabelecimentos de ensino, comerciais e de serviços a partir de 11 de março”. Neste cenário, a taxa de desemprego do primeiro trimestre poderá subir para os 7%.
A previsão da Católica está em linha com o que é previsto pelo ISEG. “Apesar da falta de informação quantitativa relativa a março”, o ISEG prevê que a variação homóloga “tenha ficado em torno de zero, o que corresponde um decréscimo de 1,5% face ao trimestre anterior”, segundo uma nota desta segunda-feira do Grupo de Análise Económica.
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