Hotelaria adere ao lay-off. Marriott e Vila Galé põem até 95% dos trabalhadores em casa
Os hotéis também estão a recorrer ao regime de lay-off, numa altura em que não há hóspedes. As cadeias Marriott e Vila Galé vão colocar mais de 85% dos trabalhadores em casa.
Desde início que se previa que o turismo viesse a ser dos setores mais afetados pela crise provocada pelo coronavírus, e os efeitos estão à vista. Não há hóspedes e a maioria das cadeias hoteleiras está com os serviços reduzidos ou até mesmo de portas fechadas. Há hotéis que já aderiram às linhas de crédito criadas pelo Governo e outros que acabaram mesmo por colocar trabalhadores em lay-off, como o Grupo Vila Galé e o Grupo Marriott.
O Grupo Marriott, com 17 hotéis em Portugal, já tem o “ok” do Governo para aderir ao regime de lay-off. Ao ECO, o diretor-geral do Lisbon Marriott Hotel revelou que foram colocados em casa entre 90% a 95% de todos os trabalhadores de cada hotel. O regime de lay-off desta cadeia hoteleira vai persistir durante todo o mês de abril, mas será revisto mensalmente, até um máximo de meio ano.
Mas as medidas variam de hotel para hotel. Em alguns houve uma redução das horas de trabalho, noutros foram dadas férias a vários funcionários. Enquanto o lay-off persistir, nos hotéis Marriott — a maior parte fechados –, apenas ficará a trabalhar uma percentagem muito reduzida de trabalhadores. Isto porque, explicou Elmar Derkitsch, “os hotéis não podem encerrar completamente”, sendo preciso manter certas funções, como a limpeza e a segurança, e também os diretores de serviços. Contudo, o responsável sublinhou que os trabalhadores podem ser requisitados a qualquer momento.
Outro grupo hoteleiro que também aderiu ao lay-off foi o Vila Galé. Ao ECO, o presidente executivo da cadeia portuguesa adiantou que 1.141 (84%) trabalhadores vão ser postos em casa através deste regime, que garante o recebimento de dois terços do salário. Contudo, há exceções. “Nas [unidades] agrícolas vamos manter o pessoal e no Vila Galé Clube de Campo [em Beja] ainda vamos analisar melhor”, detalhou Jorge Rebelo de Almeida.
Em entrevista ao Expresso, o CEO do Vila Galé adiantou que se apercebeu “tarde demais” dos efeitos que o surto de coronavírus poderia ter no setor do turismo. “O que temos agora à mesa é um corte total de receitas”, disse o responsável, revelando que as receitas do Grupo caíram 64% em março “e para abril e maio a previsão é ter receita zero”. Com apenas cinco hotéis abertos, Jorge Rebelo de Almeida diz esperar que em julho o Vila Galé possa começar a recuperar, ainda que “lentamente”. Contudo, admite: “a recuperação vai ser difícil”.
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