Trump diz que OPEP vai duplicar corte anunciado na produção petrolífera
O presidente dos EUA referia-se ao acordo que pretende encontrar solução para a rápida queda nos preços devido ao colapso da procura e à guerra entre a Arábia Saudita e a Rússia.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta segunda-feira que os principais países exportadores de petróleo preveem uma queda na produção duas vezes maior do que a anunciada no domingo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
No domingo, a OPEP e outros produtores chegaram a um acordo com o objetivo de travar a descida dos preços do petróleo cortando a produção em 9,7 milhões de barris diários, a partir de 1 de maio, como revelaram os ministros da energia de alguns dos países envolvidos nas negociações.
Esta segunda-feira, Trump anunciou que esse corte será bastante superior, invocando para si o mérito dessa diminuição na produção. “Por ter estado envolvido nas negociações, para dizer o mínimo, o número que a OPEP vai cortar é 20 milhões de barris por dia, não os 10 milhões que foram reportados”, escreveu o Presidente dos EUA na sua conta pessoal da rede social Twitter.
“Se nos aproximarmos disso e os negócios globais aumentarem após o desastre da covid-19, o setor de energia voltará a brilhar, muito mais depressa do que o esperado”, acrescentou Trump. Trump agradeceu ainda aos que trabalharam com ele “para colocar este acordo nos eixos, em particular a Rússia e a Arábia Saudita”.
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No domingo, o Presidente norte-americano disse que tinha falado telefonicamente com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e com o rei saudita, Salman bin Abudlaziz, para manifestar o apoio ao acordo dentro da OPEP.
Devido às consequências da propagação do vírus covid-19, com o impacto na economia e a diminuição do consumo, o Comité Técnico Conjunto da OPEP tem vindo a recomendar cortes na produção de petróleo.
O ministro da Energia do México também já se mostrou disposto a fazer cortes na produção e o ministro do Petróleo do Irão também escreveu no Twitter que o corte será efetuado nos meses de maio e junho.
O objetivo do acordo é encontrar uma solução para a rápida queda nos preços do petróleo devido ao colapso da procura e à guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia. Para já, o efeito tem sido volátil, com os preços do petróleo a negociarem entre perdas e ganhos ligeiros. O Brent de referência europeia avança 0,35% para 31,60 dólares, enquanto o crude WTI soma 0,8% para 23 dólares.
A pandemia da covid-19 desequilibrou um mercado em que a oferta global já estava excedente e agora encontra-se em proporções raramente vistas, com restrições de viagens tomadas em todos os países para impedir a propagação da doença.
Uma nova reunião da organização dos países produtores e alguns países cooperantes está agendada para 10 de junho, também por videoconferência, “para decidir medidas adicionais, tanto quanto for necessário para equilibrar o mercado”. O acordo também prevê um nível de redução da produção entre janeiro de 2021 e abril de 2022.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, quase 400 mil são considerados curados. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Petróleo reage com volatilidade ao novo acordo
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