Mais de um quarto da dívida da EDP é verde. Estratégia é para manter
Desde que começou a emitir green bonds, a elétrica não procurou outro tipo de dívida. Diz que estas operações de financiamento atraem maior procura e conseguem, assim, condições mais favoráveis.
Mais de um quarto da dívida da EDP já é verde e a perspetiva é que continue a aumentar. Desde outubro de 2018 — data em que estreou este mercado para os emitentes portugueses — que a empresa liderada por António Mexia tem mantido esta estratégia, que já se está a refletir nos custos.
“A emissão de dívida verde demonstra o alinhamento da política financeira da EDP com a estratégia do grupo, focada na sustentabilidade e, em particular, nos investimentos renováveis”, diz fonte oficial da EDP ao ECO.
“É uma forma de dar mais visibilidade a essa estratégia e, porque envolve obrigações adicionais de reporte, atrai investidores especialmente interessados nos temas de sustentabilidade. Para um emitente como a EDP, isso atrai maior procura para as suas emissões de obrigações, em particular por parte de investidores de longo prazo, potenciando o sucesso dessas emissões e com condições de taxa de juro com alguma vantagem face a emissões não-verdes”.
"Atrai investidores especialmente interessados nos temas de sustentabilidade. Para um emitente como a EDP, isso atrai maior procura para as suas emissões de obrigações, em particular por parte de investidores de longo prazo, potenciando o sucesso dessas emissões e com condições de taxa de juro com alguma vantagem vs. emissões não-verdes.”
Foi o aconteceu na semana passada, quando a EDP realizou a sua quinta emissão de dívida verde. A elétrica colocou 750 milhões de euros em green bonds com uma taxa de juro de 1,72%. Num contexto de elevada volatilidade nos mercados, a procura foi sete vezes superior à oferta num dia que nove outros emitentes (incluindo quatro utilities) estavam a emitir dívida.
O total de green bonds da EDP atingiu assim 3,7 mil milhões de euros, dos quais 1.750 milhões de emissões de dívida subordinada (híbrida) e 1.950 milhões de dívida sénior. Este montante representa 27% do total de dívida que a elétrica tem: 13,8 mil milhões.
E apesar de, no início do ano passado, se ter financiado com custos elevados, essa foi a única uma emissão cuja yield ficou acima da média. Em 2019, o custo médio da dívida da EDP situou-se em 3,9% (mais 10 pontos bases que no ano anterior) devido ao impacto dessa colocação, bem como ao aumento do peso médio do dólar norte-americano e do real brasileiro.
"Tem mais vantagens, sem dúvida. É intenção da EDP continuar a fazer emissões que demonstrem o compromisso do grupo com uma estratégia focada na sustentabilidade.”
“Tem mais vantagens, sem dúvida“, diz a elétrica sobre os custos de financiamento com este tipo de dívida. Acrescenta que “é intenção da EDP continuar a fazer emissões que demonstrem o compromisso do grupo com uma estratégia focada na sustentabilidade”.
Divisão da dívida da EDP por moeda
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