Petróleo já está abaixo dos 20 dólares em Nova Iorque
O preço do petróleo cai nos dois lados do Atlântico, continuando a refletir os receios de que o recente acordo para o corte de produção pela OPEP+ não será suficiente para mitigar o excesso de oferta.
As cotações do petróleo voltam a estar sob forte pressão nos mercados internacionais, numa altura em que subsistem as dúvidas se o recente acordo para o corte do output pela OPEP+ será suficiente para puxar pelos preços da matéria-prima. Alerta da Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quarta-feira, veio agudizar esses receios.
O barril do brent — referência para as importações nacionais — desvaloriza 4,02%, para os 28,41 dólares, no mercado londrino, estendendo a queda de quase 7% registada na sessão anterior. Já o crude transaciona em Nova Iorque a perder 2,04%, negociando abaixo da barreira dos 20 dólares, nos 19,70 dólares por barril. Trata-se da quarta sessão consecutiva de desvalorizações para o crude, que se cifra num tombo acumulado de mais de 20% nesse período.
A pressão sobre os preços do petróleo acontece apesar de no passado fim de semana a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Rússia e o México, grupo conhecido como OPEP+, terem chegado a um acordo para um corte de produção de 9,7 milhões de barris por dia.
Preço do brent volta a cair em Londres
Apesar desse anúncio, os relatórios que têm vindo a sair continuam a apontar para a persistência do excesso da oferta e o colapso da procura devido aos efeitos económicos da pandemia do coronavírus.
Esta quarta-feira, a AIE antecipou uma quebra de 29 milhões de barris por dia na procura de petróleo só em abril, para níveis nunca vistos nos últimos 25 anos e disse ainda que nenhum corte na produção poderia compensar totalmente as quedas de curto prazo que o mercado enfrenta.
Já para a globalidade do ano, a procura mundial de petróleo deverá cair 9,3 milhões de barris por dia devido à paralisação económica mundial gerada pela covid-19, estima a AIE. Esta queda “histórica” deverá conduzir o consumo mundial para o nível de 2012, de cerca de 90,6 milhões de barris por dia, antecipa a agência com sede em Paris, atribuindo as causas às medidas de confinamento e à quase paralisação dos transportes em todo o mundo.
“Não há acordo viável que possa reduzir a oferta o suficiente para compensar essas perdas de procura no curto prazo”, afirmou a aquela agência no seu relatório mensal, apesar de considerar que “as conquistas da semana passada, são um sólido começo”.
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