EDP vai pagar 695 milhões em dividendos. Apesar de Covid-19, quer manter em 2021
Elétrica realizou esta quinta-feira assembleia geral por videoconferência. O CEO António Mexia diz que a empresa está sólida para lidar com o vírus e não perspetiva deixar de pagar dividendos em 2021.
Os acionistas da EDP aprovaram a distribuição de 695 milhões de euros em dividendos. A decisão foi tomada esta quinta-feira numa assembleia geral anual que aconteceu por videoconferência. O CEO António Mexia garante que foram tidas em conta as recomendações dos supervisores e que, para já, o plano é que manter a remuneração acionista.
Foi aprovada a proposta da administração de distribuir dividendos de 0,19 euros por ação a 14 de maio, de acordo com informações comunicadas pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O total fica em 695 milhões de euros, acima dos lucros obtidos no ano passado de 512 milhões de euros.
“A EDP – Energias de Portugal, S.A. vem informar os acionistas e o mercado em geral de que, na assembleia geral anual de 16 de abril de 2020, os acionistas aprovaram (…) a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo conselho de administração executivo“, anunciou. Além dos 694.742.165,85 euros para dividendos, serão entregues 6,2 milhões como dotação para a Fundação EDP e usados outros quase 20 milhões de euros como resultados transitados.
Ao contrário do que aconteceu com a subsidiária EDP Brasil, nem a EDP nem a EDP Renováveis alteraram as propostas devido ao Covid-19, apesar dos alertas. A CMVM apelou as cotadas para que tenham atenção à sustentabilidade de longo prazo e à transparência na informação transmitida aos acionistas sobre o impacto do Covid-19.
"Para o ano que vem, a ideia é manter a estabilidade da política de dividendos. Claro que será avaliado, mas tendo em conta o que sabemos neste momento e o que são as previsões para 2021, prevemos estabilidade.”
“A política de dividendos é da exclusiva responsabilidade dos acionistas. Já estava delineada no plano estratégico, que está a ser cumprido de forma rigorosa, e faz sentido manter. Os dividendos são sustentados exclusivamente pela atividade internacional. Se dependesse de Portugal, a proposta de dividendos seria, provavelmente, zero“, afirmou António Mexia, na conferência de imprensa que se seguiu à assembleia geral.
Mexia garantiu que as recomendações da CMVM foram tidas em conta no que diz respeito à sustentabilidade de longo prazo. Da mesma opinião é Luís Amado, presidente do Conselho Geral e Supervisão, que defendeu que seria “totalmente incompreensível” que uma empresa numa situação “robusta” cedesse a uma “controvérsia”.
“Para o ano que vem, a ideia é manter a estabilidade da política. Claro que será avaliado, mas tendo em conta o que sabemos neste momento e o que são as previsões para 2021, prevemos estabilidade”, diz o CEO da empresa, que têm definido como meta o pagamento mínimo de 19 cêntimos por ação em dividendos.
Prémios dos gestores e investimento também se mantêm
Além dos dividendos, os acionistas aprovaram igualmente as remunerações dos membros do conselho de administração e também neste caso não houve alterações. “Os salários dos órgãos sociais são definidos pelos acionistas, segundo uma política que é todos os anos votada, este ano foi mais uma vez aprovada. Conta não só com indicadores financeiros, mas também critérios de sustentabilidade da empresa“, defendeu.
“Mais uma vez penso que os acionistas ouviram, alinharam com as recomendações da CMVM, que — além de estar alinhada com os interesses de longo prazo de todos os stakeholders —, essa perspetiva de longo prazo é clara, porque a avaliação de mérito da gestão e dos gestores de topo está alinhado com objetivos plurianuais, considerando o cumprimento de objetivos até 2022“.
Mexia explicou que a empresa está suficientemente capitalizada para resistir ao impacto da Covid-19, sublinhando que a empresa tem 7,6 mil milhões de liquidez. “O balanço melhorou muito, a situação está robusta, o plano é para se manter”, garante sobre o plano de investimento de 9 mil milhões de euros até 2022, dos quais 3.500 milhões em Portugal.
Para já a empresa, a empresa viu apenas um redução de 1,1% no consumo de energia, mas o CEO lembra que março ainda foi apenas o início e que, em abril, os efeitos do isolamento já se farão sentir. “Ainda é cedo para perceber qual o impacto para o ano”, acrescentou.
(Notícia atualizada às 19h00)
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