Galp vai mesmo pagar dividendos. Estado recebe mais 23,8 milhões
Acionistas da petrolífera, reunidos em assembleia geral, aprovaram a distribuição de mais 318,2 milhões de euros em dividendos. Como segundo maior acionista da empresa, Estado amealha mais 23 milhões.
A Galp Energia vai mesmo pagar dividendos. Reunidos em assembleia geral, nesta sexta-feira, os acionistas da petrolífera aprovaram a distribuição de mais 318,2 milhões de euros em dividendos. Como acionista, o Estado que já se tinha mostrado favorável a esse pagamento apesar das críticas e dos efeitos da pandemia, vai amealhar mais 23,8 milhões de euros.
Na assembleia desta sexta-feira, os acionistas da Galp Energia aprovaram a proposta da empresa para o pagamento de uma remuneração correspondente a cerca de 0,38 euros por ação, que juntando aos quase 0,32 euros antecipados em setembro do ano passado eleva para cerca de 0,70 cêntimos por ação, o valor global do dividendo relativo à atividade de 2019.
Somando os 318,2 milhões de euros agora aprovados aos cerca de 262,25 milhões de euros já distribuídos em antecipação no ano passado, os acionistas da petrolífera vão receber um total de quase 580,5 milhões de euros em dividendos.
O aval ao pagamento de dividendos surge após uma chuva de críticas que teve como episódio mais recente a troca de argumentos no debate quinzenal da passada quarta-feira. Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, desafiou o Governo a usar a sua participação de 7,48% no capital da petrolífera para vetar a remuneração aos acionistas, criticando a recente dispensa de 380 trabalhadores precários da refinaria de Sines que irá encerrar provisoriamente dentro de dias devido à falta de capacidade de armazenamento.
“Não há razão para impedir a distribuição de dividendos” foi a resposta de António Costa, acrescentando mesmo que “o Estado, enquanto acionista, fica muito satisfeito de receber a sua quota-parte dos dividendos a que tem direito“.
O valor a distribuir aos acionistas, que corresponde a um incremento de 10% face à remuneração de 2018, vem premiá-los face ao desempenho conseguido pela Galp Energia no ano passado. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva registou em 2019 lucros de 560 milhões de euros, uma queda de 21% face a 2018 condicionada pela desvalorização dos preços do petróleo nos mercados internacionais que fizeram baixar em 38% a sua margem de refinação.
A aprovação da distribuição desse dividendo na Galp Energia surge em contraciclo com aquilo que outras cotadas têm vindo a adotar, tendo várias optado mesmo por recuar nesse pagamento como prevenção face aos efeitos da pandemia. Mas também apesar dos desafios que a própria petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva tem vindo a enfrentar e das críticas que têm surgido relativamente à distribuição de dividendos pela petrolífera.
O contexto de desvalorização acentuada das cotações do petróleo que ameaçam as margens de refinação levaram a petrolífera a reduzir, no início de abril, em 500 milhões por ano o plano de investimentos que tinha em marcha. Foi decidido ainda encerrar por um mês a refinaria de Sines, a partir de 4 de maio, porque a capacidade de armazenagem está a chegar ao limite, num mercado em que devido à paragem da economia imposta pela pandemia o consumo de combustíveis travou.
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