Swiss Re apura prejuízo de 225 milhões no 1ºT por causa da pandemia
A pandemia representa encargo bruto equivalente a 438,4 milhões de euros no negócio património e danos (P&C), sendo o item que mais desequilibra as contas do primeiro trimestre de 2020.
A Swiss Re contabilizou resultado líquido negativo em 225 milhões de dólares (cerca de 207 milhões de euros ao câmbio corrente) no primeiro trimestre (1ºT) de 2020, atribuindo as perdas anunciadas a reservas constituídas para responder ao impacto da crise gerada pela pandemia (covid-19). Em igual trimestre de 2019, a companhia registou lucros de 429 milhões de dólares.
Citado no comunicado, Christian Mumenthaler, CEO do grupo, refere: “A pandemia da COVID-19 tem tido um impacto profundo na sociedade, nos governos e empresas em todo o mundo (…). O negócio da Swiss Re continua resistente apesar do impacto financeiro da crise nos nossos resultados.” A companhia assume um rácio de solvência acima de 200% no termo do trimestre, confortável à luz dos requisitos para o setor.
O volume global de prémios (incluindo comissões) cresceu 7,4%, em comparação homóloga, roçando os 9,6 mil milhões de dólares (mais de 8,8 mil milhões de euros), com destaque para um aumento de 12% nos prémios de resseguro em P&C, os quais somaram 4,7 mil milhões de dólares (4,33 mil milhões de euros) e um rácio combinado de 110,8%. No entanto, excluindo o impacto dos encargos por conta da covid-19, a principal unidade de negócio da Swiss Re está em posição de terminar o exercício anual com um rácio de 97%, afiança a companhia.
Explicando os encargos que penalizaram os resultados, a Swiss Re nota que, antecipando despesas com sinistros associados à pandemia covid-19, inscreveu nas contas 253 milhões de dólares em reservas para o negócio P&C (património e danos). O restante dos 476 milhões de dólares (cerca de 438,4 milhões de euros) de encargos antecipados para o resseguro P&C foi provisionado com recurso a reservas anteriores (não utilizadas) destinadas a resseguro de catástrofes naturais.
A instituição sediada em Zurique explica ainda que o balanço trimestral também reflete perdas decorrentes de ajustamentos no valor de ações cotadas que a Swiss Re recebe pela venda ReAssure (uma subsidiária britânica do negócio Vida alienada ao Phoenix Group) e mais perdas – neste caso também por efeito da pandemia – na unidade Corporate Solutions. Esta e o negócio Life Capital (onde é contabilizada a transmissão de títulos parte da transação com a Phoenix Plc) geraram resultado negativo agregado a rondar 430 milhões de dólares (396 milhões de euros). Aliás, das quatro unidades de negócio do grupo, Life Capital e Corporate Solutions foram as únicas a verificarem quebra no valor líquido de prémios, face a igual trimestre de 2019.
O dado mais positivo do reporte trimestral, mas insuficiente para compensar as perdas das restantes unidades da Swiss Re, veio do negócio de resseguro em Vida e Saúde (L&H), o qual apresentou lucro de 299 milhões de dólares e um RoE de 15,8% (rendibilidade sobre capitais próprios), com os prémios líquidos a crescerem perto de 8%.
A atividade de investimento evidenciou retorno de 3,2% (ROI) e, em abril (1º mês do segundo trimestre), as renovações de contratos P&C já cresciam 4% (em volume), com incremento nominal de 8% nos preços e destaque para a dinâmica do mercado japonês, complementa a informação da companhia.
Perspetivando o futuro e a fechar o documento divulgado no site da companhia, Mumenthaler afirma que a crise causada pela pandemia “está longe de terminar” e terá consequências económicas e sociais de grande alcance. ”A prazo, teremos de retirar ensinamentos da situação atual e procurar soluções de parceria público-privada para garantir que sociedade lida melhor com eventos desta escala no futuro.” Esta ideia alinha com sugestões já avançadas por outros responsáveis da indústria global de seguros.
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