Sonae Indústria com prejuízos de 1,2 milhões no trimestre. Covid-19 vai pesar no ano
Sonae tem várias unidades industriais a operar com níveis muito baixos de atividade, ou paradas, por causa do Covid-19. "Impacto financeiro no ano será muito significativo", diz Paulo Azevedo.
A Sonae Indústria teve um prejuízo de 1,2 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma quebra relativamente a igual período do ano passado, em que o resultado tinha sido positivo em 1,2 milhões.
Segundo comunicou a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a evolução do resultado líquido quando comparado com o mesmo período do ano passado “é principalmente explicada pelas reduções dos resultados relativos a empreendimentos conjuntos” (participação de 50% na Sonae Arauco).
A empresa diz, contudo, que os resultados líquidos melhoraram quando comparados com o último trimestre do ano passado, sobretudo devido ao facto de esse trimestre “incluir efeitos não recorrentes negativos de cerca de 9,2 milhões de euros”.
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado do trimestre atingiu 5,3 milhões de euros, um aumento de 0,7 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado e de cerca de 0,4 milhões de euros face ao trimestre anterior, essencialmente explicados pelo desempenho do EBITDA recorrente.
A nota do presidente do Conselho de Administração publicada junto com os resultados do trimestre indica que estes foram marcados pelo desempenho mais fraco em março, quando se começou a assistir a uma diminuição do nível de encomendas dos clientes em algumas regiões e, na parte final do mês, com a atividade a reduzir significativamente na sequência das medidas impostas pelos governos de vários países (incluindo Canadá, EUA, África do Sul e Espanha) com o objetivo de conter a propagação do Covid-19 e que conduziram ao encerramento temporário, parcial ou total, das unidades industriais da Sonae nessas regiões.
Paulo Azevedo diz ainda que, na sequência do surto de Covid-19 e em resultado das limitações do mercado ou das imposições dos governos, a Sonae tem atualmente várias unidades industriais a operar com níveis muito baixos de atividade, ou paradas, sublinhando que “o impacto financeiro no ano será muito significativo”.
"Perspetivas futuras da Sonae Indústria em 2020 serão, em grande medida, determinadas pela duração da pandemia, pelo sucesso das políticas governamentais para combater o vírus, protegendo simultaneamente a economia, e pela eficácia das nossas ações para mitigar os impactos negativos nos nossos negócios.”
“Estamos a trabalhar com os nossos bancos para acomodarmos esta situação extraordinária. Nestas condições, a extensão da oferta de obrigações subordinadas ao mercado, que esperávamos realizar, é infelizmente considerada inviável”, acrescenta.
O volume de negócios consolidado do primeiro trimestre do ano atingiu cerca de 54,3 milhões de euros, uma redução de 4,4% face ao mesmo período do ano passado (-2,5 milhões de euros), devido ao negócio da América do Norte, com menores volumes de vendas.
“Quando comparado com o trimestre anterior, o volume de negócios consolidado reduziu 0,9 milhões de euros, sobretudo devido à evolução cambial desfavorável do Dólar Canadiano face ao Euro, mas também devido a alguma redução dos preços médios de venda no nosso negócio da América do Norte”, esclarece a empresa.
Os encargos financeiros líquidos no primeiro trimestre do ano foram de cerca de 3,2 milhões de euros, o que representa um aumento de 0,3 milhões face ao período homólogo do ano passado, “sobretudo devido a um aumento de cerca de 0,2 milhões de euros nos juros e outros encargos líquidos (explicado parcialmente por um aumento da dívida no Canadá) e a um aumento de 0,2 milhões de euros do efeito líquido negativo das diferenças de câmbio”, refere o documento divulgado no site da CMVM.
A dívida líquida total fixou-se em 213 milhões de euros, uma subida relativamente aos 211 milhões registados no primeiro trimestre do ano passado.
Os resultados do primeiro trimestre do ano da Sonae Indústria indicam ainda que o fundo de maneio consolidado atingiu 15,7 milhões de euros, um aumento de cerca de 5,7 milhões de euros quando comparado com dezembro de 2019, “devido a uma redução do saldo de fornecedores e a um aumento sazonal do saldo de clientes, que mais do que compensaram a redução nas existências”.
Na nota publicada junto dos resultados da empresa, Paulo Azevedo sublinha: “as perspetivas futuras da Sonae Indústria em 2020 serão, em grande medida, determinadas pela duração da pandemia, pelo sucesso das políticas governamentais para combater o vírus, protegendo simultaneamente a economia, e pela eficácia das nossas ações para mitigar os impactos negativos nos nossos negócios e nos prepararmos para a atenuação das medidas dos governos assim que, tal como esperamos, a pandemia seja gradualmente controlada”.
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Sonae Indústria com prejuízos de 1,2 milhões no trimestre. Covid-19 vai pesar no ano
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