Comissão Europeia insta Eurogrupo a dar “grandes passos” contra crise
“A pandemia do novo coronavírus atingiu todos os Estados-membros e agora temos de dar grandes passos a nível europeu para conseguir que as economias voltem ao que eram”, diz Valdis Dombrovskis.
A Comissão Europeia instou esta sexta-feira o Eurogrupo a dar “grandes passos” na resposta económica à crise de Covid-19, para que as economias “voltem ao que eram”, e disse esperar “progressos rápidos” da discussão dos ministros das Finanças europeus.
“A pandemia do novo coronavírus atingiu todos os Estados-membros e agora temos de dar grandes passos a nível europeu para conseguir que as economias voltem ao que eram”, declarou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, com a pasta de “Uma Economia ao serviço das Pessoas”.
Numa declaração divulgada antes da reunião de hoje do Eurogrupo, por videoconferência, sobre a resposta europeia à crise de Covid-19 – agora tendo já em sua posse as previsões macroeconómicas da Comissão, que antecipam uma contração recorde este ano na zona euro -, o responsável frisou que “a recuperação económica vai depender de intensos e contínuos esforços”.
“Esta recuperação terá de ser fundamentada por um orçamento europeu ambicioso, com um aumento substancial da sua capacidade de financiamento, e uma componente forte de investimento antecipado”, acrescentou Valdis Dombrovskis.
Notando que “o tempo está a passar”, o vice-presidente do executivo comunitário apelou ainda para que o Eurogrupo chegue hoje a “progressos rápidos”.
Depois de ter chegado a um acordo, em 09 de abril passado, sobre um pacote de emergência num montante total de 540 mil milhões de euros para fazer face à crise provocada pela pandemia – entretanto ‘aprovado’ pelo Conselho Europeu –, o Eurogrupo tenciona hoje definir os termos exatos de uma das ‘redes de segurança’ adotadas, a linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), designada “Apoio à Crise Pandémica”.
Em concreto, o fórum informal de ministros das Finanças da área do euro vai procurar definir os critérios de elegibilidade para recorrer a este instrumento do MEE, através dos quais os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção de Covid-19.
O objetivo é que esta linha de crédito esteja operacional já em 01 de junho, tal como solicitaram os chefes de Estado e de Governo na última cimeira.
No encontro de hoje, os ministros irão também discutir os planos de relançamento da economia europeia no pós-pandemia, mas numa altura em que se aguarda ainda a apresentação da proposta, por parte da Comissão, do futuro fundo de recuperação, assim como a proposta revista do Quadro Financeiro Plurianual da União para 2021-2027.
As discussões de hoje serão realizadas já à luz das primeiras projeções de Bruxelas sobre o impacto da pandemia de Covid-19 na economia europeia, divulgadas na quarta-feira, e que antecipam para este ano uma contração sem precedentes na zona euro, de 7,7% do Produto Interno Bruto, muito acima daquela verificada no auge da crise financeira (4,5% em 2009).
A videoconferência é dirigida desde Lisboa pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.
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