Empresas garantem aumentos salariais em 2020 apesar da crise pandémica
Pandemia teve impacto nas operações das empresas nacionais, mas a maioria conseguiu manter aumentos salariais em 2020. Quase metade parou de recrutar, mas está agora mais preparada para uma crise.
Ainda que o impacto da pandemia seja muito significativo nas empresas em Portugal, a maioria conseguiu implementar os aumentos salariais que tinha previstos para este ano e mais de metade confirma ter um plano de continuidade ou plano de preparação para responder à pandemia.
Estas são algumas das conclusões relativas ao tecido empresarial português, retiradas do inquérito global da Mercer “How are companies supporting their employees during this outbreak”, que pode ser acompanhado em tempo real aqui.
O inquérito mostra que 59% das empresas portuguesas sofreu um impacto significativo nas suas operações devido à pandemia. Quase 62% das empresas nacionais inquiridas admitiu ter encerrado todos os seus escritórios e mais de metade, 55% tem os trabalhadores em regime de teletrabalho.
“A realidade portuguesa está muito em linha com as tendências internacionais, com a agravante de que se prevê que o impacto do Covid-19 seja particularmente gravoso no nosso país, pela dependência da economia do setor dos serviços, e em particular do turismo, altamente expostos no momento atual”, destaca Tiago Borges, rewards leader da Mercer Portugal.
No campo da compensação, 69% das empresas afirma ter implementado os aumentos salariais previstos para 2020, sendo que 32% já os tinha implementado antes da pandemia, aponta o estudo. O inquérito revela ainda que mais de metade das empresas (55%) não fez qualquer alteração nos salários em regime de teletrabalho.
Os cortes de salários aconteceram em apenas 5% das empresas inquiridas, e só ao nível das funções executivas. Apesar disso, algumas organizações assumem já ter tomado algumas medidas de ajustamento, apesar de 45% ainda não saber de que forma vai executá-las.
O impacto da pandemia está a gerar mais comunicação e uma aposta na flexibilidade. Para os trabalhadores que o fazem remotamente e têm de prestar apoio aos filhos, 62% das empresas inquiridas garante que apostou em medidas de flexibilidade horária e 70% desenvolveu comunicações regulares da liderança com todos os colaboradores, com foco na partilha de informação sobre as ações tomadas pela empresa.
No que diz respeito ao recrutamento, 43% das empresas cancelou todos os processos, sendo que 19% referiu manter exclusivamente processos relacionados com substituições. Apenas 9% manteve o recrutamento exatamente igual e uma em cada três empresas transitou para o digital. Os dados do mesmo inquérito à escala global, indicam que mais de 40% das organizações não tem qualquer intenção de contratar nos próximos tempos.
No inquérito participaram cerca de 2.000 empresas a nível global, e cerca de 20% com sede na Europa, com enfoque em três fatores: impacto na infraestrutura, compensação, teletrabalho e flexibilidade. O objetivo é monitorizar o impacto real da pandemia nas várias dimensões da organização e, em simultâneo, avaliar o sucesso das medidas de mitigação que estão a ser implementadas pelas empresas.
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