“Choque de investimento público”. Portugal quer mobilizar 4,5 mil milhões de euros para recuperação verde da economia
Para o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, os temas ambientais são os que melhor podem contribuir para a recuperação da economia, no curto prazo.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, anunciou esta quarta-feira no Parlamento que serão mobilizados “4,5 mil milhões de euros para investimentos que apostam na sustentabilidade”. De acordo com o governante, este valor terá uma forte componente de investimento público, com a ajuda de financiamento europeu, mas também contará com a participação do setor privado. Este “choque de investimento público, como lhe chamou, será feito através de reformas fiscais, subsídios, transferências e o aumento de investimento público em setores ou em projetos estratégicos.
“Este é o momento de preparar em Portugal um choque de investimentos público que permita dinamizar a economia de imediato“, frisou Matos Fernandes, prometendo “criar riqueza a partir de projetos de investimento que beneficiem a redução de emissões, promovam a transição energética, a mobilidade sustentável, a circularidade da economia e a adaptação e a valorização do território”. Na visão do governante, os temas ambientais são os que melhor podem contribuir para a recuperação da economia, no curto prazo.
Os grandes desafios, sublinha, passam pela descarbonização da economia, uso eficiente de recursos, apostando na Economia Circular, resiliência das infraestruturas, modernização e transformação digital de setores económicos estratégicos, preservação da biodiversidade e eliminação da poluição e valorização do capital natural.
Para traçar o caminho desta recuperação verde da economia portuguesa, o ministério do Ambiente e da Ação Climática ouviu mais de 30 especialistas – gestores, académicos, ativistas ambientais, cientistas, empresários e cientistas – para preparar desde o futuro das fileiras de produção, distribuição e consumo, até à valorização da biodiversidade, aos transportes e à valorização dos recursos naturais e geológicos, estabelecendo 10 objetivos principais.
“Para a maioria das personalidades que consultámos, a ‘economia verde’ é essencial para orientar a retoma pós-crise, porque respeita os recursos, porque é mais transparente, porque é socialmente mais justa, porque é mais mão-de-obra intensiva” anunciou o ministro perante os deputados.
Matos Fernandes lembrou ainda que Portugal foi o primeiro país “a assumir a neutralidade carbónica em 2050 e a construir um roteiro para tal. “Sabemos que a década de 2020/30 é a chave para atingirmos os nossos objetivos e o Plano Nacional Energia e Clima (PNEC2030) que elaborámos comprova-o pela sua ambição. Temos um Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) que integra as opções certas para o território e a valorização do capital natural, o qual influenciou de forma determinante a política de paisagem com que queremos renovar a nossa prática florestal. Estruturámos um Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC) e estamos a fazer igual exercício para a bioeconomia, disse.
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