Programa de Arrendamento Acessível só celebrou 160 contratos em dez meses. Quase metade tem rendas abaixo dos 500 euros
Quase dez meses depois de ser lançado, o Programa de Arrendamento Acessível regista 9.317 candidaturas para 591 habitações. Mas só foram celebrados 160 contratos de arrendamento.
Foi lançado em julho do ano passado e desde o início que se mostra muito mais interessante para inquilinos do que para proprietários. O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) recebeu, em quase dez meses, quase dez mil candidaturas para cerca de 600 imóveis. Mas só foram celebrados 160 contratos de arrendamento, revelou o Ministério da Habitação. A maioria com rendas entre os 300 e os 500 euros.
Desde 1 de julho, a plataforma do PAA já foi visitada por cerca de 210.000 pessoas e tem cerca de 25.000 utilizadores registados. Foram submetidas, no total, 9.317 candidaturas de pessoas à procura de casa para arrendar (com preços 20% abaixo do valor de mercado), mas só estão inscritos 591 alojamentos.
Concretizados estão 160 contratos de arrendamento, adiantou o Ministério de Pedro Nuno Santos, referindo que isto representa uma média de 3,6 alojamentos por dia e 1,2 contratos celebrados a cada dois dias. “Desde o lançamento do PAA que se verifica uma crescente procura por parte de proprietários e famílias por este programa que visa promover uma oferta alargada de habitação para arrendamento abaixo dos valores de mercado”, refere o comunicado.
Do total de contratos celebrados, 43% têm uma renda associada entre os 300 e os 500 euros, sendo que 36% estão entre os 500 e os 800 euros. 12% representam uma mensalidade inferior a 300 euros e apenas 8% estão acima dos 800 euros. Em termos de localização, 76% são imóveis localizados na Área Metropolitana de Lisboa e 10% na Área Metropolitana do Porto.
O Ministério da Habitação nota que em fevereiro se registaram 84 imóveis na plataforma do PAA, sendo esse o mês em que mais registos se observaram. Foram celebrados 28 contratos de arrendamento. “A crise económica provocada pela pandemia Covid-19, que se refletiu igualmente no setor imobiliário, teve igualmente impacto no PAA”, refere o comunicado. Março, abril e maio contaram com 115 novos registos e 55 contratos assinados.
Em fevereiro, o Governo assinou uma parceria com várias imobiliárias para anunciar nos respetivos sites os imóveis que estão inscritos na plataforma do PAA. Na altura estima-se que dentro de um mês o processo ficasse operacional mas, até ao momento, nada aconteceu. Ao ECO, o Ministério da Habitação já tinha admitido um atraso devido à crise provocada pelo coronavírus.
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