Portugal perdeu 97% dos turistas em abril devido à pandemia. Receitas afundaram para 5,7 milhões
A pandemia começou a ter impacto no turismo em março mas, em abril, as consequências foram ainda maiores. No quarto mês do ano houve uma queda de 97% no número de turistas.
Os efeitos do surto de coronavírus começaram a ser sentidos em março, mês em que se perdeu mais de metade dos turistas, mas em abril o impacto foi ainda maior. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no quarto mês do ano o número de turistas a passar pelo país afundou 97%, numa altura em que a maioria das fronteiras já estava fechada. O destaque foram, claro, os hóspedes estrangeiros, que caíram 99%.
Em abril, passaram pelos alojamentos turísticos nacionais 60.100 hóspedes, o equivalente a uma quebra de 97,4% face ao mesmo mês do ano passado. Deste total, a maioria correspondeu a turistas nacionais (45.100), mas também estes recuaram 94,9%. A maior quebra foi mesmo observada nos hóspedes internacionais, que caíram 99% para apenas 15.000.
Estes números traduzem-se num corte de 97% para 175.500 milhões de dormidas, devido especialmente à quebra observada nas dormidas de não residentes, que caíram 98,6%, enquanto as dos residentes caíram 93%. Na hora de escolher onde ficar alojado, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e o Norte foram as regiões preferidas, enquanto as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira observaram as maiores perdas.
“A informação deste destaque, respeitante a abril, reflete efeitos da pandemia Covid-19, quer no comportamento da atividade turística, quer na quantidade de informação primária disponível para a compilação dos resultados apresentados”, refere o INE.
Dos pouco mais de 15 mil hóspedes estrangeiros que passaram por Portugal em abril, a maioria veio de Espanha (2.518) e do Brasil (1.971). Analisando todas as nacionalidades, que caíram todas na ordem dos 99%, as maiores quebras observaram-se nos hóspedes vindos da Irlanda (99,6%) e do Reino Unido (99,4%).
Preços dos quartos caíram, assim como as receitas
Neste cenário, os preços médios por quarto ocupado também desceram. De acordo com os dados do INE, o rendimento médio por quarto ocupado em abril ficou nos 47,8 euros, menos 40,7% do que no mesmo mês do ano anterior. Mas houve zonas onde as descidas foram mais acentuadas, como na Região Autónoma da Madeira, onde este indicador caiu mais de 60%.
Face a estas quedas abruptas, os impactos nas receitas turísticas foram notórios. Em abril, os proveitos totais ascenderam a 5,7 milhões de euros, uma descida de 98,3%, enquanto os proveitos de aposento tocaram os cinco milhões de euros, menos 98%.
(Notícia atualizada às 11h27 com mais informação)
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