Procura por dívida portuguesa foi recorde. Um terço foi para Espanha, França e Itália
O Tesouro esteve no mercado para uma venda sindicada de dívida pública. Colocou 4 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a 15 anos, mas os investidores estavam dispostos a comprar muito mais.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP realizou esta quarta-feira uma venda sindicada de dívida pública, na qual emitiu quatro mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a 15 anos. Mas os investidores estavam dispostos a comprar muito mais: a procura foi mais de 10 vezes superior à oferta.
“A operação beneficiou de forte procura dos investidores como demonstrou o número final de ordens acima de 41 mil milhões (incluindo 2,35 mil milhões do sindicato bancário”, diz a agência liderada por Cristina Casalinho em comunicado.
Houve mais de 380 participantes, “representando a forte e diversificada procura, principalmente da Europa, especialmente França, Itália, Espanha e do Reino Unido”, aponta. Se os três primeiros ficaram com cerca de um terço do total, considerando os quatro países, estes ficaram com 53% do total da oferta. No que diz respeito à tipologia dos investidores, gestores de fundos de investimento, bancos, seguradoras e fundos de pensões agregaram a maior parte das ofertas.
Distribuição final da emissão
Portugal consegue juro de 0,928% na terceira venda do ano
O IGCP explica que o interesse recorde permitiu a Portugal pagar menos pela nova dívida emitida. Na abertura dos livros de ordens, o prémio de risco inicial situava-se em 92 pontos base, tendo caído para 88 pontos base. O spread acresce à taxa de mid swap do euro a 15 anos, que está em 0,02%, pelo que a taxa de juro final a pagar por Portugal fixou-se em 0,928%.
A venda sindicada realizada esta quarta-feira é a terça feita pelo país este ano. Normalmente, Portugal faz apenas uma operação deste género no início de cada ano, mas o aumento das necessidades de financiamento geradas pela pandemia de Covid-19 levaram o Tesouro recorrer novamente aos bancos.
“Esta é a terceira venda sindicada realizada pela República Portuguesa em 2020 e, com esta emissão, a República completou 69,1% da meta brutal de emissões, de 29,3 mil milhões de euros, a serem executadas através de leilões e vendas sindicadas em 2020″, acrescenta o IGCP.
A agência liderada por Cristina Casalinho realizou esta emissão com recurso a um sindicato bancário do qual fazem parte o Caixa BI, Credit Agricole, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JP Morgan e Nomura.
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