“É bem-vindo” eventual apoio de Pedro Nuno Santos a candidato presidencial do PCP, diz Jerónimo
Pedro Nuno Santos garantiu que votará num candidato do BE ou do PCP, se os socialistas não apresentarem um candidato. Secretário-geral do PCP diz que o ministro será "bem-vindo".
O secretário-geral do PCP reagiu esta quinta-feira com um sorriso e a frase “todos aqueles que vierem por bem são bem-vindos” à possibilidade de o ministro socialista Pedro Nuno Santos votar no candidato comunista às eleições presidenciais do próximo ano.
“A candidatura que o PCP vai apresentar terá com certeza características unitárias, de alargamento e dessa candidatura e todos aqueles que vierem por bem são bem-vindos, independentemente da sua origem”, afirmou Jerónimo de Sousa, após uma reunião com o Conselho Nacional da Juventude (CNJ), na sede do partido, em Lisboa.
“Os democratas não sentirão qualquer preconceito a apoiar esta candidatura do PCP”, afirmou o líder comunista, cujo nome o partido já afirmou que será anunciado “lá para Setembro”.
Jerónimo revelou com um sorriso que não viu a entrevista na RTP3 e que é “prematuro” fazer “juízos de valor” sobre as eleições presidenciais de 2021.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse na quarta-feira à noite que se o PS não apresentar um candidato às eleições presidenciais de 2021 votará num candidato do PCP ou do BE.
“Eu nunca apoiarei um candidato da direita. Ou apoio um candidato da área do PS, ou, não havendo um candidato da área do PS, votarei num dos candidatos da esquerda, nomeadamente no candidato ou candidata do BE, ou no candidato ou candidata do PCP”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista à RTP3, acrescentando que a interpretação que faz, enquanto socialista, é a de que o partido “deve ir a jogo em todas as eleições”.
Jerónimo também se pronunciou sobre o fim dos encontros quinzenais no Infarmed e, a este propósito, defendeu que as reuniões regulares com epidemiologistas sobre a pandemia de Covid-19 deveriam continuar e admitiu que ninguém o informou que iam acabar, o que revela “alguma deselegância”.
“Pode ser precipitado acabar com estes encontros”, afirmou Jerónimo de Sousa aos jornalistas, depois de uma reunião com o Conselho Nacional da Juventude (CNJ), na sede do partido, em Lisboa, um dia depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter anunciado o fim destes encontros regulares entre políticos e epidemiologistas, nas instalações do Infarmed.
Jerónimo de Sousa afirmou que, ao longo das reuniões sobre a situação do surto em Portugal, “os cientistas deram contribuições importantes para caracterizar, encontrar caminhos que garantissem, no plano sanitário, a travagem do vírus”, dado que também se discutiram questões concretas, como a situação nos transportes ou nos lares.
O secretário-geral dos comunistas não vê nenhuma “razão objetiva” para esta decisão, a não ser “por cansaço de alguns”.
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