Pandemia afunda M&A. Fusões e aquisições caem 23% no primeiro semestre
Negócio da Brisa contrariou a tendência no mercado de fusões e aquisições em Portugal, que registou uma quebra de 23% no volume de transações no primeiro semestre, devido à pandemia.
O mercado de fusões e aquisições (M&A) em Portugal registou uma quebra de 23% no volume de transações durante o primeiro semestre, uma redução que se deve ao impacto da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o relatório mensal da consultora TTR – Transactional Track Record, o mercado português registou 162 transações, entre anunciadas e concluídas, entre janeiro e junho, com um valor total de 7,58 mil milhões de euros.
O número de operações representa uma redução de 23% em relação ao primeiro semestre de 2019, isto apesar de o valor total ter disparado 47% graças à venda da Brisa a um consórcio de investidores internacionais, num negócio avaliado em mais de 2,4 mil milhões de euros.
Número de transações em queda
“O segundo trimestre foi o responsável pela reversão da tendência de crescimento que o mercado apresentava no período de incerteza gerado pela pandemia do Covid-19, já que no primeiro trimestre houve um volume de transações maior do que o do primeiro trimestre de 2019”, explica a TTR.
Foram várias as operações canceladas durante o primeiro trimestre em Portugal, destacando-se as ofertas públicas de aquisição (OPA) da Cofina sobre a TVI e do Benfica sobre a SAD e ainda a compra do EuroBic pelos espanhóis do Abanca. Entre os maiores negócios realizados, além da Brisa, contam-se ainda a venda da espanhola EDP Comercializadora por parte da EDP à Total (515 milhões de euros) e ainda a alienação da Nos Towering pela Nos à Cellnex (375 milhões)
Segundo a TTR, o setor imobiliário foi o mais ativo, tendo registado 51 operações, aumentando 28% em relação ao mesmo período de 2019. Ainda assim, sublinha a consultora, 41 das transações realizadas durante a primeira metade do ano foram concretizadas no primeiro trimestre, antes do impacto do surto do novo coronavírus.
No segmento de private equity, os fundos realizaram dez investimentos na primeira metade do ano, o que corresponde a uma redução de 60% em relação ao mesmo período de 2019. Também os fundos de capital de risco fizeram menos investimentos (27 investimentos) entre janeiro e junho.
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