Lagarde alerta líderes europeus que resposta “ambiciosa e coordenada” é “crítica”
Na véspera do Conselho Europeu que vai tentar fechar o plano de recuperação, a presidente do BCE pede esforços rápidos e reforçados. Diz que política monetária seria mais eficaz com ajuda orçamental.
Christine Lagarde considera que as medidas de emergência que o Banco Central Europeu (BCE) está a implementar estão a ser eficazes no combate ao impacto do coronavírus na economia da Zona Euro. No entanto, pede aos líderes europeus que acelerem a resposta do lado orçamental.
“Os nossos modelos mostram que estamos a ser eficazes, mas se tivesse havido mais medidas orçamentais pan-europeias, podíamos estar a ser mais eficazes“, defendeu Lagarde, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BCE.
Este encontro aconteceu na véspera de os líderes da União Europeia se reunirem novamente para tentar chegar a acordo sobre o fundo de recuperação europeu. “No que diz respeito a políticas orçamentais, é crítica uma posição ambiciosa e coordenada face à forte contração da economia da Zona Euro”.
O BCE elogiou as medidas já tomadas para apoiar o emprego, as empresas e os Estados, num pacote que chega aos 540 mil milhões de euros em financiamento. “Em simultâneo, o Conselho de Governadores urge [os líderes europeus] a reforçarem e apressarem os esforços para preparar e apoiar a recuperação”. A proposta que está em cima da mesa é de um Fundo de Recuperação com 750 mil milhões de euros, que viria juntar-se aos 1,35 biliões que o BCE tem no seu programa de emergência.
“As medidas que tomámos desde início de março estão a ser fundamentais para apoiar a retoma”, disse Lagarde, explicando que o pacote — que foi reforçado em junho — deverá ser todo usado. “A menos que haja uma surpresa positiva — que não espero que aconteça — a nossa expectativa é que usaremos todo o envelope“.
Apesar de o BCE já ver o início da recuperação económica, sublinhou a necessidade de continuar com estímulos monetários para apoiar a retoma. A projeção da autoridade monetária tem como cenário base que a economia da Zona Euro registe uma contração de 8,7% em 2020, seguida de uma recuperação de 5,2% em 2021 e de 3,3% em 2022. No cenário mais severo, o PIB pode cair até aos 12,6%, com uma recuperação de 3,3% em 2021 e de 3,8% em 2022.
Segundo a presidente do BCE, estas estimativas já têm em consideração o risco de uma segunda vaga do vírus. “Nesta reunião olhamos amplamente para os desenvolvimentos económicos. Vendo os desenvolvimentos na economia, consideramos que estamos na posição certa. É adequado e está a resultar”, acrescentou Lagarde.
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