EDP foi ao leilão de solar, mas risco elevado fez empresa desistir

Sete promotores arrecadaram os 12 lotes que estavam a concurso, num leilão que bateu o recorde mundial do preço mais baixo por megawatt.

A maior elétrica em Portugal, a EDP, entrou no leilão de energia solar que o Governo português promoveu nos últimos dias, mas acabou por ficar pelo caminho. Diz que concorda com o modelo, que acredita que beneficia o mercado nacional de eletricidade. No entanto, a empresa considera que os preços são demasiado baixos — foi mesmo um recorde mínimo mundial — para garantir rentabilidade e prefere, por isso, projetos de menor risco.

A EDP participou no leilão solar promovido esta semana pelo Governo português. Este tipo de processo competitivo, que resulta numa contratação a longo prazo para a venda de eletricidade a preço fixo, é o modelo que defendemos para o desenvolvimento das energias renováveis e, como tal, participámos”, diz a EDP ao ECO.

Foram a leilão 12 lotes para projetos a desenvolver no Alentejo e Algarve, representativos de 670 megawatts (MW). Havia pela primeira vez três modalidades: preço fixo ou compensação ao sistema (como no último leilão) ou a modalidade de armazenamento. Esta última foi a preferida dos promotores: do total adjudicado, 75% foi nessa modalidade com armazenamento.

"No caso da EDP, a estratégia passa por investimentos com perfil de risco baixo, mas entendemos que outros agentes possam ter expectativas diferentes sobre a evolução dos mercados de eletricidade, licitando de forma mais agressiva.”

EDP

“No caso da EDP, a estratégia passa por investimentos com perfil de risco baixo, mas entendemos que outros agentes possam ter expectativas diferentes sobre a evolução dos mercados de eletricidade, licitando de forma mais agressiva“, refere a empresa interinamente liderada por Miguel Stilwell d’Andrade.

De acordo com informações divulgadas esta quarta-feira pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética João Pedro Matos Fernandes, entraram 35 promotores no leilão e no grupo inicial havia empresas portuguesas, mas nenhuma avançou. A sul-coreana Hanwha Q-Cells ganhou seis lotes, enquanto a francesa Tag Energy ficou com dois, os mesmos que a suíça Audax. Já as espanholas Iberdrola, Endesa, Enerland e Audax Energy ficaram com um lote cada uma.

“A forte participação de grandes players globais neste leilão vem confirmar o potencial da energia solar em Portugal e para os ganhos que a sua produção irá gerar para o sistema e para os consumidores”, aponta a EDP.

"Um dos objetivos estratégicos da EDP continua a ser o crescimento na geração solar a nível global, aproveitando a crescente competitividade desta tecnologia. Continuamos comprometidos com o investimento em Portugal, nomeadamente através da participação em futuros leilões.”

EDP

Quanto a futuros leilões, a elétrica não exclui voltar a participar: “acreditamos que o melhor modelo de desenvolvimento de energias renováveis é através de processos competitivos para contratar a venda de eletricidade no longo prazo e a preço fixo, pelo que analisaremos todas as oportunidades que surgirem nesta modalidade”.

Lembra ainda que um dos objetivos estratégicos da EDP é o crescimento na geração solar a nível global, aproveitando a crescente competitividade desta tecnologia. “Continuamos, assim, comprometidos com o investimento em Portugal, nomeadamente através da participação em futuros leilões”.

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