Pandemia arrasou voos em Faro. Portugal perdeu 388 mil passageiros
Portugal registou uma quebra de tráfego na ordem dos 91% em número de movimentos e de 97,5% em número de passageiros transportados no segundo trimestre.
O Aeroporto Internacional de Faro registou a maior queda nos movimentos em aeroportos nacionais no segundo trimestre, com menos 97% que no mesmo período do ano passado, segundo o Boletim Trimestral da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Os dados da ANAC apontam que, no período em análise, se registou em Portugal uma quebra de tráfego na ordem dos 91% em número de movimentos e de 97,5% em número de passageiros transportados.
O aeroporto de Faro apresentou a maior quebra em número de movimentos (-97%), enquanto o aeroporto de Ponta Delgada registou a menor descida (-80%).
Já quanto ao número de passageiros transportados, menos de 388 mil (tinham sido 15 milhões no mesmo trimestre de 2019), as quebras foram mais homogéneas e superiores a 96% em todos os principais aeroportos nacionais.
A ANAC concluiu também que, no segundo trimestre de 2020, dos cerca de 11 mil movimentos comerciais realizados (contra os 124 mil no período homólogo anterior), apenas 67% corresponderam a movimentos comerciais de passageiros (94% no segundo trimestre de 2019).
Assim, em contexto de restrições à operação impostas pela pandemia de covid-19, verificou-se um aumento dos voos de carga, cujo peso cresceu para 21% (1% no segundo trimestre de 2019).
Por sua vez, a aviação executiva cresceu em representatividade, ainda que em contexto de quebra em termos absolutos, devido à natureza do serviço “personalizado e customizado”, e, por fim, os voos para fins médicos e de assistência cresceram cerca de 40%, face aos valores registados em igual período de 2019.
0 segmento doméstico, pelo contrário, apresentou um valor “menos dramático”, acrescenta a ANAC, com uma quebra de 77% do número de operações, perante os 94% registados no segmento internacional.
O segmento doméstico representou mesmo 44% do total de voos realizados no período em análise, quando em igual período de 2019 a sua representatividade não excedia os 16%.
“Finalmente, importa acrescentar que as variações em cadeia alcançadas nas operações aéreas deste trimestre – de 39% em maio e de 79% em julho – parecem evidenciar alguns frutos decorrentes dos esforços do sistema da aviação civil internacional e nacional, esperando-se que os mesmos venham a traduzir uma recuperação do tráfego de passageiros nos trimestres seguintes”, concluiu a ANAC.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
Os efeitos da pandemia já se refletiram na economia portuguesa no segundo trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) a cair 16,5% face ao mesmo período de 2019, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
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