Fundo de Resolução pede auditoria específica aos créditos de Vieira no Novo Banco. “Está em curso”, diz Ramalho
António Ramalho anunciou, em audição parlamentar, que o FdR pediu uma auditoria específica às perdas geradas pelo grupo detido pelo presidente do Benfica, que é um dos maiores devedores do banco.
Empresa de Luís Filipe Vieira é um dos maiores devedores do Novo Banco. O grupo, que causou à instituição uma perda de 225,1 milhões de euros entre agosto de 2014 e o final de 2018, está sob investigação do Fundo de Resolução, segundo anunciou o CEO do Novo Banco, António Ramalho.
“São operações que são analisadas em detalhe, que foram autorizadas pelo Fundo de Resolução e que o Fundo de Resolução, de facto, pediu também uma auditoria específica para que ela fosse analisada em profundidade. Auditoria essa que está em curso“, disse Ramalho, esta terça-feira numa audição no Parlamento.
O banqueiro não usou o nome, mas sim o código referente que aparece na auditoria da Deloitte por razões de sigilo bancário: grupo económico 2. O Correio da Manhã avançou que este é a Promovalor. No final de 2018, a dívida do grupo económico do presidente do Benfica ascendia a 760,3 milhões de euros, tornando-o num dos maiores devedores do Novo Banco devido tanto a imparidades como à desvalorização da dívida e dos ativos imobiliários.
Ainda sem os resultados dessa nova auditoria, António Ramalho lembra que esta operação já passou pela mira da Deloitte. “De qualquer forma, é vista por esta auditoria sem ser encontrado nenhum finding“, explica sobre o relatório que analisou 283 atos de gestão, entre 1 de janeiro de 2000 até 31 de dezembro de 2018, que originaram perdas de 4.042 milhões de euros para o Novo Banco entre 4 de agosto de 2014 (um dia após a resolução do BES) e 31 de dezembro de 2018.
“Mantemos integralmente todas as garantias e que se mantém o direito de opção de venda da nossa participação em relação ao referido investidor do grupo 2. Esta participação é um crédito que — se pura e simplesmente não se realizar — fica exatamente na mesma situação em que estava. Não é uma participação que em nada reduza as capacidades de recuperação do banco, mas é uma participação que aumenta as capacidades de reestruturação do banco pelo facto de garantir condições especiais de garantias reais sobre dois ativos situados em Portugal“, acrescentou António Ramalho.
(Notícia atualizada às 17h20)
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