Em 5 anos, António Costa já teve 98 secretários de Estado diferentes
O primeiro-ministro fez esta quinta-feira a segunda remodelação do Governo em menos de um ano. Somadas às mexidas do anterior Executivo, Costa já teve pelo menos 98 secretários de Estado diferentes.
O segundo Governo de António Costa regista esta quinta-feira a segunda remodelação em menos de um ano, com a saída de cinco secretários de Estados e a entrada de cinco novos governantes, os quais tomaram posse esta quinta-feira. Tal como em ocasiões anteriores, o primeiro-ministro aproveitou um acontecimento — as eleições das CDDR — para fazer mais mexidas no Executivo. Contabilizando todas as remodelações das duas legislaturas até ao momento, entre os que continuam e os que já saíram, o líder do PS já teve pelo menos 98 secretários de Estado diferentes.
Para chegar ao número de secretários de Estado que já passaram pelo Governo, o ECO reviu nas notas do site da Presidência as remodelações da legislatura passada e a composição original do Executivo tanto em 2015 como em 2019, assim como as duas mexidas efetuadas este ano. A metodologia é simples: só foram contabilizados os governantes diferentes, evitando contabilizar duas vezes as mesmas pessoas que estão ou estiveram em duas secretarias de Estado diferentes ou que saíram do Governo e voltaram (é o caso de Jorge Seguro Sanches).
Comecemos em 2015. O primeiro Governo de António Costa tinha 41 secretários de Estado na sua composição inicial. Porém, logo no ano a seguir, a polémica das “bofetadas” do então minsitro da Cultura, João Soares, levam à sua saída e à da sua secretária de Estado da Cultura, que foi substituída. Na altura, dá-se também a saída do então secretário de Estado do Desporto, João Wengorovius Meneses, em rota de colisão com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
A próxima entrada só acontece em 2017 com a chegada de Álvaro Novo ao Ministério das Finanças para assumir a pasta de Ricardo Mourinho Félix, o qual subiu na hierarquia. Pouco depois dá-se o escândalo do “Galpgate” que leva à saída de vários secretários de Estado e a uma pequena remodelação, com a entrada de sete secretários de Estado.
Em outubro de 2017, após a tragédia dos incêndios, Jorge Gomes abandona a Administração Interna e Costa aproveita para substituir a secretaria de Estado da para a Cidadania e a Igualdade. Nesse ano, em dezembro, há ainda a saída de Manuel Delgado de secretário de Estado da Saúde após a polémica das Raríssimas.
Em 2018, há uma remodelação mais profunda no Governo, com mudanças nos Ministérios e a entrada de dez novos secretários de Estado para diferentes Ministérios: Luís Goes Pinheiro, Ana Santos Pinto, Ângela Carvalho Ferreira, João Sobrinho Teixeira, Francisco Ramos, Raquel Duarte, João Correia Neves, João Torres, João Catarino e João Galamba. Foram as únicas saídas e entradas desse ano, de acordo com a contabilização feita pelo ECO.
Em 2019, logo no início do ano, por causa das eleições europeias que se realizaram em maio, Costa faz uma nova mini remodelação, com a entrada de quatro secretários de Estado: Duarte Cordeiro, Maria do Céu Albuquerque, Jorge Delgado, Alberto Miranda. A um mês das legislativas, por causa do escândalo “Familygate”, Carlos Martins tem de abandonar a secretaria de Estado do Ambiente, sendo substituído por João Ataíde.
Após as legislativas de 2019, Costa forma o maior Governo das últimas décadas, nomeando um total de 50 secretários de Estado. A maioria destes (29) são repetentes uma vez que continuam no Executivo ou regressaram, como é o caso de Jorge Seguro Sanches que deixou de ser secretário de Estado da Energia na primeira legislatura e voltou em 2019 para a pasta da Defesa Nacional. Os restantes 21 eram, de facto, “novos” secretários de Estado, numa longa lista onde se destaca, por exemplo, Patrícia Gaspar, Nuno Artur Silva ou Jamila Madeira, que agora abandona o cargo.
Em 2020, com a previsível saída de Mário Centeno, o Ministério das Finanças protagonizou a primeira remodelação do segundo Governo de António Costa, com a entrada de três novos secretários de Estado: Cláudia Joaquim, João Nuno Mendes e Miguel Cruz. Assim chegamos ao momento atual: esta quinta-feira entram cinco novos secretários de Estado para o Governo. Feitas as contas, entre os que continuam e os que já saíram, Costa já teve 98 secretários de Estado.
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