Pandemia faz disparar faltas temporárias ao trabalho na UE
As faltas temporárias ao trabalho disparam a partir de março na UE, devido ao lay-off temporário para combater a pandemia. Só no mês de março, atingiu 41,2 milhões de pessoas, revela Eurostat.
As faltas temporárias ao trabalho podem ser desejadas, no caso das férias anuais, ou forçadas, devido a doença ou lay-off. Mas medidas de contingência implementadas no início de março para travar a pandemia do novo coronavírus, tais como o lay-off temporário, fizeram disparar as faltas temporárias ao trabalho nos 27 países da UE. De acordo com o relatório divulgado esta quarta-feira pelo Eurostat, o número de pessoas temporariamente ausentes do trabalho aumentou quatro vezes só no mês de março, subindo de 10,8 milhões para 41,2 milhões em apenas três semanas.
Na maior parte dos países da UE, as faltas temporárias começaram a aumentar entre a segunda e a terceira semanas de março, e de forma comparativa foram superiores para os homens. Contudo, as diferenças de género foram diminuindo: na última semana de março, 20,8 milhões de mulheres e 20,4 milhões de homens registaram ausências no trabalho.
O confinamento obrigatório e a situação de lay-off para as pessoas empregadas fez disparar as ausências temporárias ao trabalho. No primeiro trimestre do ano, 2,3 milhões de pessoas na UE registaram ausências ao trabalho devido ao lay-off temporário, refere o Eurostat. Nos 27 da UE, em apenas três semanas — entre a décima e a 13.ª semanas do ano — as faltas temporárias, por semana, semanais subiram de 10,9 milhões para 41,2 milhões, revela o Eurostat.
Em Espanha, por exemplo, até à segunda semana de março os números eram semelhantes aos registados nos últimos cinco anos, mas a partir de março foram subindo significativamente. Na segunda semana de março, as ausências temporárias semanais atingiam 1.1 milhões de pessoas e, na última semana do mês, 6 milhões de pessoas.
Itália foi o país onde as faltas temporárias ao trabalho se começaram a registar mais cedo, a partir de meados de fevereiro. No final de março, cerca de 8,2 milhões de italianos estavam ausentes do trabalho, ou seja, dez vezes mais do que a média dos últimos cinco anos, sublinha o Eurostat.
Em França e na Suécia, mais de um em cada sete trabalhadores estiveram ausentes do trabalho temporariamente, durante o mesmo período.
Com o reforço das medidas a partir do início de março, o número de pessoas temporariamente ausentes do trabalho na UE foi quatro vezes maior no final do mês, aumentando para 10,8 milhões para 41,2 milhões em apenas três semanas.
Comparando os dados do período entre 2015 e 2019, com os dados de 2020, o aumento mais significativo registou-se na Grécia, com um aumento de 300.000 ausências temporárias para 3,2 milhões, e no Chipre, onde o mesmo número subiu de 4.000 para 300.000. Por outro lado, é na Finlândia e nos Países Baixos que se regista uma evolução menos significativo.
Menos diferenças de género
No primeiro trimestre do ano, as mulheres registaram mais faltas temporárias ao trabalho do que os homens. Na décima semana do ano, as faltas temporárias ao trabalho atingiram 6,5 milhões de mulheres na UE, contra 4,3 milhões de homens.
Em termos de aumento global e comparativo com anos anteriores, este foi maior para os homens, que na última semana de março registaram cinco vezes mais faltas temporárias ao trabalho do que em 2019 (4,3 milhões em 2019 e 20,4 milhões em 2020), ressalva o relatório.
“As ausências ao trabalho podem ser classificadas em dois grupos: por um lado, as faltas desejadas (férias anuais) e por outro lado, as que não são planeadas (lay-off, doença). Enquanto o primeiro tipo de ausências pode ser facilmente absorvido pelas empresas, o segundo tipo pode conduzir a uma disrupção nos ciclos de produção e a perdas materiais, tanto para os trabalhadores como para os empregadores”, alerta o Eurostat.
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De forma geral, com o passar das semanas, as diferenças de género na UE foram desaparecendo. Na última semana de março, 20,8 milhões de mulheres e 20,4 milhões de homens registaram ausências no trabalho.
Na UE, continua a ser nas 33.ª e na 52.ª semanas do ano que se regista o maior número de ausências temporárias ao trabalho. Ou seja, em meados de agosto, período normalmente dedicado às férias de verão, e final de dezembro, normalmente relacionado com as festividades de final de ano. De acordo com o Eurostat, esta tendência registou-se entre 2017 e 2019, mas as contingências causadas pela pandemia podem vir a alterar padrões.
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