Plano de Recuperação de Costa pode ser “base de trabalho”, diz PCP
O PCP apontou diversas falhas ao esboço de Plano de Recuperação que o primeiro-ministro lhe apresentou, mas garante que não são insanáveis, há áreas onde são possíveis convergências.
Jerónimo de Sousa terminou a reunião com António Costa com a convicção que existe uma “base de trabalho” para definir um plano de como devem ser usados os fundos comunitários à disposição de Portugal para ajudar a economia a recuperar da pandemia. Ainda assim, o líder comunista garante que há várias falhas, mas que estas “não são insanáveis”. E apesar de reconhecer que o Plano vai condicionar o Orçamento do Estado para 2021 garante que estas são duas discussões à parte.
Entre as falhas, Jerónimo de Sousa elegeu a falta de pessoal no SNS, na Segurança Social, na Justiça e forças de segurança, nas escolas, “onde é necessário reforço do emprego público para dar resposta aos problemas”, frisou em declarações transmitidas pela RTP3. O comunista sugeriu que é também “o momento para retomar o controlo público de empresas estratégicas que muita falta fazem ao país devido à sua privatização”. E, no caso da saúde, “tendo em conta as consequência da epidemia e problemas estruturais que já existiam antes, hoje mais visíveis, a saúde deve ser tratada com especial relevância neste plano”. O secretário-geral do PCP sugere a construção de hospitais que há seis anos aparecem sempre nas propostas de Orçamento do Estado mas nunca são concretizados como é o caso do Hospital de Lisboa Oriental ou o Hospital de Évora.
Uma aposta numa rede pública de creches, investimento em lares e reforço da produção nacional e do investimento público, são alguns dos temas elencados e que farão parte das propostas concretas do PCP para que o Plano de Recuperação e Resiliência possa ajudar a resolver “os problemas desta conjuntura”. Recusando estar “perante um documento acabado”, e que “tem de ter uma evolução positiva”, o partido considera que se trata de uma “proposta construtiva” e garante que há áreas onde é possível a convergência, como as infraestruturas e ter produção nacional na construção das mesmas, e o reforço do SNS. “Áreas onde existe uma diferença de opinião, mas não uma divergência insanável”, sublinha.
De acordo com o documento que está a ser distribuído aos partidos, para a resiliência, que junta as vulnerabilidades sociais, o potencial produtivo e a competitividade e coesão territorial, o Governo prevê um investimento de sete mil milhões de euros, mais de metade do total, sendo que a maior parcela, 3.200 milhões, será aplicado no Serviço Nacional de Saúde, na habitação e em respostas sociais.
Jerónimo de Sousa admite que, tendo em conta o plano apresentado, este pode ser um prenúncio de “uma resposta curta para o que aí vem”. Mas recusa deitar a tolha ao chão e garante que “é nesta fase inicial e de elaboração das propostas que se devem procurar soluções”. “Existem todas as condições para que as verbas sejam bem aplicadas”, garante, sublinhando que o partido não tem uma postura de “pedra no sapato” nestas negociações, embora apresente uma posição “coerente”, “clara e inequívoca que não precisa de acordos ou assinaturas”.
O líder comunista recusou fazer qualquer “antecipação de coisas que ainda não existem”, quando questionado se este Plano iria dificultar as negociações do Orçamento do Estado. “Será ao pé do pano que talharemos a obra”, concluiu sem mais detalhes.
(Notícia atualizada com mais informação)
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