Presidenciais: Conselho Nacional do PSD aprova apoio a Marcelo por 87% e sem votos contra
O Conselho Nacional do PSD aprovou a moção de apoio à candidatura presidencial de Marcelo proposta pela direção do partido. Apoio já foi comunicado ao Presidente da República.
O Conselho Nacional do PSD aprovou esta sexta-feira a moção de apoio à candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa proposta pela direção do partido com 87% de votos a favor. Esse apoio já foi comunicado ao Presidente da República.
De acordo com fonte oficial do PSD, registaram-se 61 votos a favor, nove abstenções e zero votos contra, numa votação realizada por braço no ar.
“O Conselho Nacional do PSD decide, desde já, sob proposta da Comissão Política Nacional, declarar o seu apoio à candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República, desejando que essa seja também a sua vontade e respeitando o momento político que entenda escolher para anunciar a sua decisão ao país”, refere o texto aprovado hoje à tarde na reunião da direção alargada e esta madrugada no Conselho Nacional, que ainda decorre em Olhão, no Algarve.
De acordo com os estatutos do PSD, compete ao Conselho Nacional “aprovar as propostas referentes ao apoio a uma candidatura a Presidente da República, à designação do candidato a primeiro-ministro e às listas de candidatura à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, apresentadas pela Comissão Política Nacional”.
Apoio à candidatura presidencial já foi comunicado a Marcelo
O presidente do Conselho Nacional do PSD confirmou o apoio do partido a uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa já lhe foi comunicada, justificando o timing da decisão por ser “a melhor oportunidade política”. No final do Conselho Nacional que se realizou em Olhão, Paulo Mota Pinto considerou a aprovação de uma moção de apoio à recandidatura do atual chefe de Estado — que ainda não a anunciou — “o ponto mais relevante” da reunião que se estendeu por cerca de cinco horas, até às 03h00.
Questionado se este apoio já foi transmitido a Marcelo Rebelo de Sousa — que hoje também teve agenda no Algarve, a escassos 20 quilómetros do local onde decorreu o Conselho Nacional –, o dirigente do PSD confirmou que “já foi comunicado” e o chefe de Estado “não soube pela comunicação social” do apoio do partido que já liderou.
Sobre o momento desta decisão, quando o Presidente da República tem remetido para novembro o anúncio de uma eventual recandidatura, Paulo Mota Pinto justificou-o, por um lado, por se terem apresentado nas últimas semanas três candidatos: Ana Gomes, Marisa Matias e João Ferreira.
“Por um lado, já há um leque de candidatos no terreno. Por outro lado, estas decisões são tomadas pelo Conselho Nacional, e este era o momento de melhor oportunidade política: o professor Marcelo Rebelo de Sousa não revelou ainda se assume a sua recandidatura, mas o partido apoia a sua candidatura esperando que ela se venha a realizar”, disse.
Há cinco anos, a fórmula utilizada pelo PSD (tal como pelo CDS-PP) para apoiar a primeira candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa foi através de uma “recomendação de voto” no antigo presidente social-democrata.
O Conselho Nacional do PSD aprovou também uma proposta para mandatar a Comissão Política Nacional para celebrar “acordos quadros nacionais de coligação” e ratificar coligações locais para as autárquicas, se a pandemia impedir nova reunião presencial até final do ano, o que Mota Pinto classificou como de “decisão prudente”.
Na reunião de Olhão, Pedro Rodrigues voltou a assumir as críticas à direção de Rui Rio e reiterou que o partido tem de liderar no Parlamento o debate sobre a reforma eleitoral e assumir “de forma inequívoca uma posição firme de apoio ao referendo à eutanásia”. O deputado e antigo líder da JSD apontou ainda ao partido “dificuldades em construir uma alternativa política” ao PS, e defendeu que todos se devem empenhar no combate autárquico sem “calculismos ou taticismos políticos”.
Tal como tinha anunciado, o líder da JSD, Alexandre Poço, transmitiu aos conselheiros nacionais o apelo que lançou aos presidentes do PSD, CDS-PP e IL para um acordo de âmbito nacional do centro-direita nas autárquicas e manifestou ao presidente do partido disponibilidade para o ajudar a construir “uma alternativa ao PS”, com lealdade, mas com uma voz própria da ‘jota’.
O tema das CCDR (Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional) também ‘animou’ a reunião: no início, Rio criticou o autarca de Famalicão, Paulo Cunha, por ter afirmado que não aceitaria o nome de António Cunha para a estrutura do Norte e depois ter sido “o primeiro a declarar-lhe apoio”.
A fechar a longa reunião — à qual faltaram muitos rostos habituais, até entre os deputados –, o líder da distrital de Lisboa, Ângelo Pereira, pediu a Rio que calasse as “imbecis fontes da direção” que o criticaram no semanário Expresso sobre o processo da CCDR de Lisboa, com o presidente do PSD a dizer não saber quem são as fontes, mas a concordar com a designação de “imbecis”, provocando risos na sala.
A reunião serviu ainda para o presidente do Conselho Estratégico Nacional, Joaquim Sarmento, apresentar as linhas gerais do programa de recuperação que o partido tornará públicas numa data a definir, mas que Rio garante que estará pronto em 30 de setembro.
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