Restauração quer esplanadas cobertas no inverno e “mordomo” a fiscalizar regras
A Associação Nacional de Restaurantes PRO.VAR pede um reforço na fiscalização das regras de segurança contra a pandemia, dado que nos últimos dias "existiram episódios de incumprimento".
A Associação Nacional de Restaurantes PRO.VAR pediu este domingo ao Governo a criação da figura de “mordomo” para ajudar na manutenção das regras de segurança contra a pandemia no setor. Além disso, enviou também um pedido urgente a todas as câmaras municipais para que autorizem a utilização de “esplanadas cobertas” no sentido de poderem enfrentar as condições climatéricas do inverno.
“O que estamos a pedir ao Governo é que incluam no Adaptar 2.0 uma verba para complemento de salário para que se crie um responsável dedicado nos restaurantes, um ‘mordomo’, alguém que possa assegurar que os procedimentos estão a ser cumpridos”, avançou Daniel Serra, presidente da PRO.VAR, em entrevista à Lusa, acrescentando que a associação defende que esse “item” seja incluído numa nova versão do selo “Clean&Safe”.
O programa Adaptar 2.0 vai disponibilizar mais 50 milhões de euros para auxiliar e estimular micro e pequenas e médias empresas (PME) dos setores secundário e terciário a atualizar e remodelar os seus estabelecimentos e unidades de produção, modernizando-os e adaptando-os no atual contexto de pandemia. “Não queremos que pague o justo pelo pecador, alguns restaurantes ignoram as regras e outros cumprem-nas com rigor“, explicou.
Segundo o responsável, logo depois de Graça Freitas ter dito recentemente que existiam surtos em restaurantes da Povoa de Varzim e Vila do Conde, “centenas de restaurantes dessa região” foram prejudicados. Para “prevenir e não remediar”, a associação nacional de restaurantes defende que se tem de “endurecer agora, com mais vigilância e fiscalização para ganhar o futuro”.
“Seria importante que o Governo permitisse que fosse elegível no Adaptar, que em breve será disponibilizado, uma verba para complemento de salário, que poderia ser de 1/3 do valor do salário bruto e que tivesse a duração de pelo menos seis meses, período que se prevê maior pico da pandemia. Acho que nenhum país adotou esta medida, é uma ideia da PRO.VAR já apresentada ao Governo e que esperamos que venha ser aceite”, acrescenta.
A associação apela também ao Governo para que haja “um reforço da fiscalização, seja pela ASAE, PSP, GNR ou Polícia Municipal”. “O setor não quer voltar a correr o risco de reduzir horários e muito menos encerrar. O que queremos é ter a garantia que se cumprem as regras”, concluiu.
Pedem às 308 autarquias autorização para esplanadas cobertas no inverno
A PRO.VAR enviou também este domingo pedidos urgentes às “308 câmaras municipais, para que permitam a utilização de ‘esplanadas cobertas'”, avançou o presidente da associação.
“O regresso do inverno, no contexto da pandemia, acrescentou problemas ao setor da restauração, o crescimento do número de infetados e o impedimento do uso das esplanadas, por questões climatéricas, reduziu a lotação dos espaços para metade e coloca todo um setor sobre grande pressão”, observou Daniel Serra, afirmando acreditar que a cobertura das esplanadas pode minorar o “risco de incumprimento dos clientes” e dos “empresários da restauração”.
O responsável referiu que o setor da restauração não pode ignorar que, nos últimos dias, “existiram episódios de incumprimento” que colocaram pessoas em risco e afetaram a confiança”, e por essa razão a PRO.VAR pede que não se “poupe esforços” e apela ao Governo e às câmaras municipais que procurem “reforçar a fiscalização no terreno”.
“Torna-se imperativo que se encontrem soluções para garantir que a restauração opere na máxima segurança, protegendo a saúde púbica e tenham por sua vez, a viabilidade”, defende.
A PRO.VAR nasceu em 2014 como uma organização de “caráter moderno e inovador, que pretende assumir a figura legal de uma associação com vista à promoção, inovação e defesa do setor específico da restauração, desenvolvendo e planeando as suas atividades de acordo com linhas orientadoras modernas”, lê-se no site. Como missão diz pretender assumir um protagonismo complementar e não concorrente às associações do setor.
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