Direito a desligar? Gestores são mais vezes contactados fora do horário laboral
Os contactos fora do horário de trabalho são mais comuns em cargos mais qualificados e de maior responsabilidade, com maior incidência para os homens do que para as mulheres, revela Eurostat.
“Desligar” é um direito de qualquer trabalhador, mas as chamadas de trabalho em horário não laboral parecem continuar a acontecer e, neste caso, com maior expressão para os homens. Na UE, os contactos fora do horário de trabalho são mais comuns para cargos de maior relevância e em profissões mais qualificadas, revelam os dados do Eurostat.
Em 2019, 17% dos trabalhadores na UE diz ter sido várias vezes contactado pelo seu empregador durante os seus tempos livres, tendo maior expressão para os homens do que para as mulheres e, principalmente, no caso de trabalhadores do setor imobiliário.
Seguem-se, por ordem, o setor das artes, entretenimento e atividades recreativas; atividades administrativas, técnicas e científicas; de informação e comunicação; financeiro e de seguros; construção; administração pública, defesa, saúde e serviço social.
A percentagem desce significativamente para os trabalhadores do setor do retalho, transporte e serviços de restauração, agricultura, florestas e pescas e, no final da tabela, da indústria.
Em todos os setores, os profissionais do sexo masculino são mais vezes contactados fora do seu horário de trabalho: 12% são homens e 8% são mulheres, revela o Eurostat. Contudo, a maior diferença de género verifica-se no setor das artes, entretenimento e atividades recreativas, com 17% de homens contra 9% de mulheres, e no setor de finanças e seguros, onde 15% são homens e 9% mulheres.
Profissionais mais qualificados recebem mais contactos fora do horário laboral
De acordo com os dados do Eurostat, um em cada quatro gestores já foi contactado fora do seu horário de trabalho para uma tarefa de caráter urgente. Assim, conclui-se que, nos cargos de maior responsabilidade e em profissões mais qualificadas, há mais probabilidade de se receberem telefonemas de cariz profissional fora do horário laboral.
Os especialistas, técnicos e profissionais de nível intermédio, e os profissionais das forças armadas, também surgem no topo da tabela. A contrariar a tendência, é no desempenho de profissões menos qualificadas que se encontra a percentagem mais baixa de contactos fora do horário de trabalho.
No que diz respeito ao grau de atividade, as maiores diferenças de género verificam-se também nos cargos de gestão, com 30% de gestores do sexo masculino e 22% de mulheres gestoras. Por outro lado, é nos cargos inferiores que se regista uma menor diferença de género, com 3% para ambos os sexos.
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