Prestação da casa cai para novo mínimo histórico em todos os prazos
Revisões dos créditos à habitação feitas em outubro trazem cortes na prestação entre 1,1% e 1,67%. Contratos com os indexantes com prazos mais curtos são os mais beneficiados.
O mês de outubro traz boas notícias para muitas famílias que têm crédito à habitação. Todos os empréstimos da casa cujas taxas sejam revistas neste mês vão beneficiar da prestação mais baixa de sempre.
As revisões de outubro trazem prestações mais baixas para todos os empréstimos da casa independentemente do indexante associado: Euribor a 3, 6 ou 12 meses. As reduções nos encargos mensais vão dos 1,1% aos 1,67%.
Os empréstimos indexados à Euribor a 3 meses vão sentir a maior quebra de encargos, já que são aqueles cujas taxas são revistas em intervalos de tempo mais curtos e, por isso, vão refletir o recente intensificar da descida do indexante. Para esses créditos o corte será de 1,67% face à última revisão efetuada em julho.
Considerando o cenário de um empréstimo de 100 mil euros, a 30 anos, e com um spread de 1%, as famílias cujos contratos estejam associados a este indexante veem assim a prestação descer 5,08 euros, passando dos 305,15 euros para 299,58 euros. Ou seja, para o valor mais baixo de sempre.
Evolução da Euribor a 3 meses no último ano
Fonte: Reuters
As famílias cujos empréstimos estão associados a indexantes com prazos mais dilatados também vão ver os respetivos encargos mensais baixar para novos mínimos históricos.
No caso dos empréstimos indexados à Euribor a 6 meses a redução será de 1,42%. A prestação mensal fixa-se nos 300,82 euros, 4,33 euros abaixo dos 305,15 euros que vigoraram ao longo dos últimos seis meses.
Já as famílias com crédito associado à Euribor a 12 meses beneficiam de um corte de 1,1% no valor da prestação. Assumindo o mesmo cenário base, tal repercute-se numa redução de 3,38 euros na prestação da casa que passa a fixar-se nos 307,87 euros ao longo do próximo ano.
Mercado vê juros negativos até 2025
A quebra dos encargos com prestações acompanha a tendência dos indexantes que lhes estão associados que têm vindo a fixar novos mínimos históricos cada vez menos negativos. A Euribor a 3 meses atingiu a 21 de setembro o seu valor mais baixo de sempre: -0,508%. O mesmo aconteceu com a Euribor a 6 meses esta quinta-feira ao descer até aos -0,481%. Já o mínimo de sempre no caso da Euribor a 12 meses — indexante utilizado no grosso dos novos contratos — foi registado no último dia de setembro, nos -0,433%.
Essa situação leva a que aquelas famílias que conseguiram contratar créditos com spreads em torno de 0,5% ou mesmo mais baixos, o que aconteceu antes da crise financeira de 2010, atualmente já estejam apenas a abater capital nas prestações.
Tudo aponta para que o rumo das Euribor continue a jogar em favor do bolso dos portugueses que recorreram ao financiamento bancário para comprar casa. Os futuros para a Euribor a 3 meses apontam para que, pelo menos até dezembro de 2025, esse indexante se mantenha em terreno negativo.
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