Marcelo diz que “recuperação económica durará anos”
O Presidente da República alerta, no seu discurso do 5 de outubro, que o país está a viver “duas graves crise” -- sanitária e económica -- e neste sentido apelou à necessidade de consensos.
No dia em que se celebra a República, o Presidente da República dirigiu-se aos portugueses referindo-se a este 5 de Outubro como “um dos mais difíceis e exigentes, se não o mais sofrido em 46 anos de democracia”. E neste sentido apelou ao consenso entre os portugueses no combate das duas “graves crises” que o país enfrenta — uma sanitária e outra económica e social. Marcelo Rebelo de Sousa falou ainda numa “recuperação económica que durará anos” e que não deve ser uma oportunidade desperdiçada.
No seu último discurso do 5 de Outubro do mandato que termina a 9 de março, o Presidente da República lembrou o dramatismo da realidade que o País vive, referindo-se a um “estado de exceção económica e social” marcado pelo desemprego, baixa de salários, pelo “sufoco” das empresas, em especial das micro e PME, e o “crescimento acelerado” do défice orçamental e da dívida pública.
“Este 5 de outubro é, pois, dos mais difíceis e exigentes, se não o mais sofrido em 46 anos de democracia“, frisou assim Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que ainda persiste a incerteza em torno do pandemia e nomeadamente sobre quando haverá um tratamento e uma vacina.
Este 5 de outubro é, pois, dos mais difíceis e exigentes, se não o mais sofrido em 46 anos de democracia.
O Presidente da República disse ainda que “a recuperação económica durará anos”, e que a sua duração ainda será maior “se for uma oportunidade desperdiçada para mudar instituições e comportamentos e antecipar de modo irreversível o nosso futuro”.
Afirmou ainda que a “mudança só valerá realmente a pena se não servir só alguns portugueses privilegiados, mas permitir que se ultrapasse a pobreza, a desigualdade e a injustiça social”.
“Temos de continuar a resistir, a prevenir, a cuidar, a inovar, a agir em liberdade, a saber compatibilizar a diversidade com a convergência no essencial, a sobrepor o interesse coletivo aos meros interesses pessoais”, referiu-se relativamente aos tempos que se avizinham.
Temos de continuar a resistir, a prevenir, a cuidar, a inovar, a agir em liberdade, a saber compatibilizar a diversidade com a convergência no essencial, a sobrepor o interesse coletivo aos meros interesses pessoais.
Entre os recados de Marcelo Rebelo de Sousa esteve ainda o apelo contra a “tentação de encontrar bodes expiatórios numa luta que é de todo e não é só de alguns” e sublinhou a necessidade de “agir em liberdade”, contra as tentações autoritárias. “Não queremos ditaduras em Portugal e sabemos que ditaduras por esse mundo fora não resolveram esta crise e porventura nem sequer a assumiram com tempo e transparência”.
O Presidente da República discursou na cerimónia comemorativa dos 110 anos da Implantação da República, na Praça do Município, num formato mais restrito devido à pandemia.
Este foi o quarto discurso de Marcelo Rebelo de Sousa em cerimónias comemorativas da Implantação da República, na Praça do Município, e o último do seu mandato como Presidente da República, que se iniciou em 2016 e termina a 9 de março de 2021.
No ano passado, o 109.º aniversário do 5 de Outubro foi assinalado com uma cerimónia simbólica, sem discursos, na Praça do Município, em Lisboa, por ser véspera de eleições legislativas.
(Notícia atualizada às 12:04)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Marcelo diz que “recuperação económica durará anos”
{{ noCommentsLabel }}