PSD quer ‘novo’ ministério da Economia e grupo para gerir fundos comunitários
O Programa Estratégico e dos Fundos Europeus defende uma reformulação do Ministério da Economia e uma entidade na dependência direta do primeiro-ministro para gerir os fundos europeus.
O PSD defende a reformulação do Ministério da Economia e a criação de uma entidade própria na dependência do primeiro-ministro para coordenar os fundos europeus e o programa de recuperação. “É necessário reformular o Ministério da Economia, de modo a conferir-lhe a “alma” de uma política económica, nas suas múltiplas vertentes, distribuídas por uma matriz de políticas horizontais por políticas setoriais”, afirma o PSD no Programa Estratégico e dos Fundos Europeus.
Quando às políticas horizontais, o PSD afirma que deve dar-se prioridade à competitividade, à interface com a Ciência e Tecnologia e com o sistema financeiro, bancário e do mercado de capitais, à digitalização e à capacidade de reação às alterações climáticas.
Entre as setoriais, a prioridade vai para a indústria, comércio, energia, serviços, mobilidade e transportes e interfaces com a agricultura e com as pescas.
O PSD defende ainda que o IAPMEI “tem de ser verdadeiramente um centro de excelência no apoio às empresas e ao investimento” e que a AICEP “tem de voltar a ser um grande captador de investimento estrangeiro e de fomento das exportações nacionais”.
No documento com 120 páginas, o PSD propõe ainda a criação de “uma entidade na dependência do primeiro-ministro, à imagem da ESAME [estrutura de acompanhamento dos memorandos do tempo da ‘troika’]”, para coordenar o programa de recuperação económica apresentado pelo PSD em junho e o programa estratégico apresentado hoje, bem como os fundos europeus.
O partido liderado por Rui Rio lembra que a ESAME foi criada em julho de 2011 e durou até maio de 2014, e sublinha que a entidade “foi crucial para o sucesso do programa da ‘troika’”. “O programa que temos pela frente será ainda mais exigente que o da ‘troika’”, considera o partido.
“Daí que seja fundamental criar uma entidade como a ESAME, dirigida por um secretário de Estado (adjunto do primeiro-ministro) apenas com esta competência e com assento no Conselho de Ministros”, frisam os sociais-democratas.
Para o PSD, esta entidade “é também crítica para uma utilização eficiente dos fundos europeus ao abrigo do programa de reconstrução económica que vier a ser aprovado”.
A criação de uma entidade idêntica à ESAME já tinha sido proposta pelo PSD em junho, no programa de recuperação económica.
O presidente do PSD sustentou hoje que o “Programa Estratégico dos Fundos Europeus para a Década” do partido, com medidas orçadas em 46.650 milhões de euros, assenta em “mais empresas e economia privada” em alternativa a “mais Estado”.
Assente em quatro pilares – Competitividade e Empresas, Desenvolvimento Humano, Sustentabilidade e Serviços Públicos – o programa estratégico e para aplicação dos fundos europeus até 2030 foi elaborado pelo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD e hoje apresentado pelo líder do partido e pelo presidente do CEN, Joaquim Miranda Sarmento, que é também o porta-voz social-democrata para a área das finanças públicas.
O programa estratégico do PSD foi apresentado ainda antes de ser conhecido o Plano de Recuperação e Resiliência do Governo, cuja primeira versão deverá ser aprovada em Conselho de Ministros no próximo dia 14 e entregue no dia 15 em Bruxelas.
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