Famílias ajudam financiamento do Estado com 973 milhões. OTRV caem
Se acontecer o mesmo que nos últimos dois anos, estes valores poderão até ser revistos em alta já que o Governo tem sido conservador nas estimativas de reinvestimento dos aforradores.
O financiamento do Estado vai contar com a ajuda das poupanças das famílias no próximo ano. No Orçamento do Estado para 2021, o ministério das Finanças aponta para um saldo de 973 milhões de euros conseguidos com certificados do Tesouro. Mas voltou a excluir as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV).
No caso dos Certificados do Tesouro (CT), o Governo espera emitir 4.955 milhões em 2021, enquanto as amortizações vão situar-se em 4.129 milhões. Já em Certificados de Aforro (CA), espera captar 781 milhões, sendo que tem de devolver 634 milhões aos investidores.
Feitas as contas aos vários produtos de poupança e investimento que permitem às famílias comprarem dívida pública portuguesa, o saldo é positivo e os aforradores nacionais vão ajudar a financiar o Estado este ano (mais até que o estimado anteriormente) e no próximo.
“A expectativa de subscrições líquidas de produtos de aforro foi revista em alta (para 868 milhões de euros), mediante o comportamento observado ao longo de 2020″, explica o Governo na proposta de OE. Nos últimos dois anos, o Governo acabou por ser conservador nas estimativas de reinvestimento. “Espera-se que o contributo anual dos instrumentos de aforro se mantenha relevante, podendo alcançar um valor próximo de 973 milhões de euros“.
Foi exatamente a captação de poupanças das famílias acima do esperado que tem compensado o adiamento das OTRV. Para este há uma linha prevista que ainda não avançou, enquanto, em 2021, as Finanças voltam a abandonar este instrumento. Aliás, há mesmo 3.450 milhões de euros que atingem as maturidades.
Composição do financiamento do Estado em 2021
Dívida de longo prazo dá 16 mil milhões
A principal fonte de financiamento serão as Obrigações do Tesouro (OT). “À semelhança dos anos anteriores, o financiamento de 2021 deverá ser maioritariamente assegurado por via de emissões líquidas de OT, refere.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP deverá emitir 24.850 milhões de euros em OT, mas terá de devolver ao mercado outros 8.727 milhões em títulos que atingem as maturidades, o que perfaz o montante líquido de 16.123 milhões de euros. Por sua vez, o saldo de BT deverá aumentar cerca de 1,3 mil milhões de euros (com a emissão de 13.763 milhões de euros de nova dívida de curto prazo, mas o reembolso de 12.456 milhões).
Em simultâneo, Portugal vai receber o dinheiro da Europa, no âmbito do SURE, que vai contribuir com 2.934 milhões de euros para o financiamento do Estado português em 2021, tal como este ano. “Os desembolsos ao abrigo do SURE deverão ser de montante semelhante aos do ano de 2020, atingindo cerca de 2,9 mil milhões de euros”, acrescentam as Finanças.
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