“Tem de ser todo o país a unir-se” no combate à Covid-19
Presidente da República apelou a que todos os cidadãos sejam responsáveis no cumprimento das regras sanitárias para que o país consiga combater a pandemia.
O Presidente da República apelou a que todos os cidadãos sejam responsáveis no cumprimento das regras sanitárias e destacou que “se houver uma parte que não queira fazer” será “um todo que sofrerá”.
“Por todo o país ao longo das próximas semanas e meses. E vamos fazê-lo. Mas só vamos fazê-lo se todos o fizermos, se houver uma parte que não queira fazer vai ser mais difícil e vai demorar mais tempo a fazer e será um todo que sofrerá”, apelou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava ao final do dia em Tondela, na inauguração da reconstrução de uma central de triagem que tinha ardido nos incêndios de outubro de 2017 e, fazendo a analogia “da força e da união da região” para a recuperação três anos depois, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, na questão da pandemia, “tem de ser todo o país a unir-se”.
“Nestes tempos de pandemia, ninguém está desvinculado da tarefa. Eu assumo que quando estamos perante desafios destes há uns mais responsáveis, aqueles que são eleitos são mais responsáveis, como são sempre por aquilo que corre melhor e pior e quando houver o apuramento de responsabilidades e, em democracia há sempre apuramento de responsabilidades, naturalmente que os mais responsáveis são os mais responsabilizados”, disse.
E continuou: “Mas isso não exonera que todos nós dos pequenos grandes gestos que são fundamentais para o todo coletivo. É um pequeno sacrifício, é o adiamento de um projeto de uma ideia, é a limitação da atuação mais cautelosa e preventiva quando pode e deve ser adotada. É fazer o que é preciso fazer de uma maneira que não crie riscos desnecessários. É o grande desafio do momento”.
Marcelo Rebelo de Sousa falou após o anúncio do primeiro-ministro, António Costa, da entrada em vigor às zero horas desta quinta-feira da situação de calamidade, que se traduz num agravamento da situação de contingência que agora termina e que acarreta novas medidas sociais.
“Visa, obviamente, impedir a necessidade de avançar para graus superiores de intervenção no domínio da vida e da saúde. É fundamental que assim seja. É fundamental para a vida dos portugueses, é fundamental para o emprego dos portugueses. É fundamental para o salário, para a situação das famílias, das empresas e de comunidades”, justificou.
Neste sentido, o Presidente da República avisou que “isso implica que cada qual seja responsável por si próprio e essa responsabilidade por si própria significa que nestes tempos vizinhos saiba ir mais longe do que já foi, no sentido de cumprir a sua função para que a sociedade não pare, a economia não pare”.
“Mas ao mesmo tempo, se não verifique um agravamento desnecessários das condições que vão condicionar, que vão limitar, vão constranger a economia e a sociedade. E é este o apelo que hoje se deve fazer aos portugueses”, assumiu.
No seu entender, trata-se de “um apelo sereno para uma reação serena, um apelo sereno para um comportamento sereno, um apelo sereno para um comportamento solidário para que se possa, daqui a uns meses, e não três anos”, como aconteceu hoje, após os incêndios, “haver reencontros para aprofundar a descentralização”.
"É um pequeno sacrifício, é o adiamento de um projeto de uma ideia, é a limitação da atuação mais cautelosa e preventiva quando pode e deve ser adotada. É fazer o que é preciso fazer de uma maneira que não crie riscos desnecessários. É o grande desafio do momento.”
A descentralização foi, a par da pandemia de Covid-19, um dos temas de destaque do Presidente da República em Tondela, perante uma plateia repleta de autarcas da região, onde defendeu “o reforço do poder local”.
Um encontro que Marcelo Rebelo de Sousa desejou que aconteça “no fim da primavera ou começo de verão de 2021” e onde se “possa dizer que estão a ser dados passos de recuperação da crise económica e social”.
“[Recuperações] Só possíveis, porque naquele outubro de 2020, na transição para o inverno, nós soubemos fazer o que estava ao nosso alcance para ganhar tempo que permitisse aquilo que é agora um sinal de recuperação de uma crise económica e social profunda”, disse.
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