Saldo externo ainda é negativo. Nesta altura em 2019 já era positivo
Portugal ainda regista um défice externo no acumulado até agosto deste ano. No ano passado, por esta altura já havia um excedente.
O comportamento repete-se quase todos os anos: na primeira metade do ano, Portugal regista um défice comercial, mas o boom do turismo no verão permitia ter um excedente na segunda parte do ano. Apesar de essa inversão ter vindo a acontecer cada vez mais tarde nos últimos anos, chegados a junho ou julho esta acabaria por acontecer.
Contudo, este ano, por causa da crise pandémica, tal não se verificou. Nos dados acumulados até agosto, Portugal continua a ter um défice comercial: -887 milhões de euros, o que compara com um excedente de 1.146 milhões de euros no acumulado até agosto de 2019.
“Até agosto de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -887 milhões de euros, o que compara com 1146 milhões de euros em igual período de 2019“, revela o Banco de Portugal esta segunda-feira na nota de informação estatística da balança de pagamentos.
Saldo acumulado da balança corrente e de capital continua negativa em agosto
A dúvida é se este ano ainda será possível inverter o saldo até ao final do ano. Nas contas do Governo, tal não deverá concretizar-se: na proposta do Orçamento do Estado para 2021, o Executivo prevê que o saldo da balança corrente e de capital fique nos -0,3% do PIB, sendo negativo pela primeira vez desde a anterior crise. Na prática, isto significa que a capacidade líquida de financiamento do país será negativa, ou seja, a economia está a “endividar-se” face ao exterior.
Na nota, o banco central explica que o défice deteriorou-se principalmente por causa da redução do excedente de serviços (principalmente relacionado com turismo), na ordem dos 6.527 milhões de euros a menos em 2020 face a 2019. A redução do défice de bens em 3.118 milhões de euros, em termos homólogos, não foi suficiente para compensar.
No que toca aos serviços, o Banco de Portugal concretiza que “esta redução foi, na maior parte, justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica viagens e turismo, de 5.602 milhões de euros”.
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