Global Media vai avançar com despedimento coletivo de 81 colaboradores
O processo de despedimento coletivo abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em "diferentes áreas", segundo o grupo.
A Global Media, dona do DN, JN e TSF, entre outros, vai “iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas”, anunciou esta sexta-feira a empresa.
Em abril, a Global Media anunciou que ia entrar em processo de ‘lay-off’, abrangendo 538 trabalhadores, para defender a sua sustentabilidade e os “seus quase 700 postos de trabalho diretos”.
Esta sexta-feira, num comunicado interno a que a Lusa teve acesso, a administração da Global Media começa por dizer que “a evolução acentuadamente negativa do mercado dos media, agora mais evidente com a presente pandemia, precipitou os meios de comunicação social numa crise sem precedentes a que importa responder com fortes medidas de contenção”.
Perante a “profunda quebra de receitas do setor, em particular na área da imprensa, impõe à Global Notícias, Media Group, SA uma opção difícil, mas inadiável: iniciar um processo de despedimento coletivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas da empresa”, lê-se no comunicado.
“Trata-se de uma decisão que, ponderando o respeito e a dignidade de todos os envolvidos, é assumida na plena consciência dos custos sociais que provoca, mas também na certeza de que as medidas que estamos a tomar permitem ao Global Media Group regressar a um nível económico e financeiro saudável, garantir a proteção de várias centenas de postos de trabalho e a continuidade dos inestimáveis serviços que os nossos meios de informação, alguns deles centenários, vêm prestando à comunidade, com qualidade e independência”, justifica a Global Media.
A sustentabilidade “é condição essencial para assegurar o equilíbrio e o pluralismo no setor da economia que dá corpo ao princípio constitucional que enforma as liberdades de informação e expressão”, mas atualmente é “impossível ignorar a profunda retração dos mercados de media, no quadro da crise global cujos efeitos diretos e indiretos já atingem todos os setores económicos”, prossegue.
“Com este pano de fundo, temos vindo a desenvolver um conjunto de ações de contenção, a todos os níveis, que todavia se têm revelado insuficientes para permitir inverter os desequilíbrios existentes”, afirma a administração, no comunicado enviado aos seus trabalhadores.
“É, pois, responsabilidade da administração assumir a urgência de respostas adequadas, tornando-se indispensável ir mais longe nos objetivos de restruturação, de modo a ultrapassar os obstáculos de mercado e de conjuntura”, acrescenta, admitindo que além do despedimento coletivo, “outras [medidas] foram e serão tomadas”.
“Cientes da acrescida responsabilidade social que lhes advém do facto de gerirem um grupo de media cujo objeto tem associado um conceito de serviço à coletividade, e que lhes impõe a ponderação de valores, princípios e os mais exigentes critérios éticos, a administração e os acionistas do Global Media Group garantem aos seus colaboradores, clientes, parceiros e aos portugueses, em geral, que tudo farão para garantir a sustentabilidade das suas empresas e a perenidade dos seus principais títulos”, conclui.
(Notícia atualizada às 19h33)
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