BCE prevê que garantia de depósito europeia ainda tarde algum tempo
Andrea Enria, conselho de supervisão do BCE, considera que vai ser necessário algum tempo para se conseguir uma garantia de depósito comum na Zona Euro.
O presidente do conselho de supervisão do BCE prevê ser necessário algum tempo para se conseguir uma garantia de depósito na Zona Euro e, até lá, como supervisores, poderão tomar medidas para tentar contrariar as diferenças tanto quanto possível.
Andrea Enria disse esta quarta-feira que as taxas de juro não divergiram muito nos diferentes países da zona euro desde o início da pandemia, ao contrário do que aconteceu nas crises financeira e da dívida soberana.
“Mas, para que a união bancária seja um verdadeiro mercado nacional, precisamos de uma garantia de depósito europeia“, disse o presidente do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE) num discurso num congresso virtual sobre a união bancária organizado pela Universidade Goethe em Frankfurt.
“Enquanto as garantias de depósito permanecerem a nível nacional, os países terão um incentivo para segregar os seus setores bancários”, disse Enria.
“Completar a união bancária através do estabelecimento de um Sistema Europeu de Garantia de Depósitos seria a via mais direta para impulsionar a integração, porque desapareceriam quaisquer argumentos para justificar disposições regulamentares na legislação europeia e nacional que acumulam capital e liquidez dentro das fronteiras nacionais”, referiu.
Enria também afirmou que acredita que nesta crise o setor bancário absorveu o impacto, ao contrário do que aconteceu em crises anteriores, quando foi um amplificador do impacto.
Houve um aumento significativo da fragmentação financeira depois da primeira vaga da pandemia, mas a integração tem sido maior do que depois das crises financeira e da dívida soberana.
A integração do mercado bancário permaneceu estável na atual crise, ao contrário do que aconteceu nas outras duas crises e as taxas de juro bancárias não variaram muito entre os diferentes países da área do euro.
A resposta europeia coordenada à pandemia, com estímulos fiscais e monetários e uma supervisão bancária unificada, contribuiu para “uma mudança de paradigma fundamental”, acrescentou Enria.
Como supervisor, segundo o Enria, o BCE pode “melhorar a integração transfronteiriça dos bancos europeus, reforçando a sua capacidade de utilizar os seus recursos de forma flexível e eficiente em resposta a choques, mas também melhorando a afetação de recursos e contribuindo assim para o financiamento eficiente da economia europeia”.
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