Dívida mundial deverá atingir 365% do PIB em 2020
A dívida mundial deverá superar os 365% do Produto Interno Bruto global, ultrapassando os 277 biliões de dólares, de acordo com as estimativas do Instituto de Finanças Internacionais.
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) prevê que o total da dívida mundial em 2020 supere os 365% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando os 277 biliões de dólares (cerca de 233,43 biliões de euros).
“Com poucos sinais de abrandamento na emissão de dívida, estimamos que a dívida global vai superar recordes e atingir 277 biliões de dólares [cerca de 233 biliões de euros] no final do ano”, pode ler-se no Monitor da Dívida Mundial hoje conhecido.
Segundo o documento do instituto, é esperado que o rácio da dívida mundial face ao PIB atinja os 365% em 2020, “depois de uma subida recorde do rácio da dívida mundial face ao PIB (de 320% para cerca de 362% no primeiro semestre de 2020)” e de um crescimento “mais modesto”, de menos de dois pontos percentuais, no terceiro trimestre do ano.
“A dívida nos mercados consolidados ultrapassou 432% do PIB no terceiro trimestre de 2020, mais de 50 pontos percentuais face a 2019”, encaminhando-se para atingir, segundo o IFF, os 80 biliões de dólares em 2020 (cerca de 67,4 biliões de euros).
De acordo com o instituto, “a maioria da subida foi na dívida pública (subiu 3,7 biliões de dólares [3,1 biliões de euros]) e no setor empresarial não financeiro (1,7 biliões de dólares [1,4 biliões de euros)”.
“Na zona euro, a subida de 1,5 biliões de dólares [1,3 biliões de euros] da dívida pública levou o total da dívida para cima de 53 biliões de dólares [44,6 biliões de euros] no terceiro trimestre de 2020 (apesar de estar ainda abaixo do recorde de 55 biliões de dólares [46,3 biliões de euros] no segundo trimestre de 2014)”, segundo o IIF.
No total, fora do setor financeiro, a dívida atingiu os 206 biliões de dólares no terceiro trimestre (173,4 biliões de euros), depois de ter sido de 194 biliões em 2019 (163,3 biliões de euros).
“O Canadá, o Japão e os EUA observaram os maiores aumentos na dívida do setor não financeiro este ano, com o crescimento dos rácios a variar entre os 45 pontos percentuais nos EUA e mais de 75 pontos percentuais no Canadá”, segundo o documento.
Portugal aparece referenciado num gráfico elaborado pelo IIF referente aos aumentos percentuais da dívida, situando-se próximo dos 20 pontos percentuais, abaixo dos crescimentos de dívida em mercados consolidados como a Bélgica, Itália, Espanha, França, zona euro, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Canadá.
Já nos mercados emergentes o Líbano, a China, a Malásia e a Turquia registaram os maiores aumentos de dívida, que neste segmento de países deverá superar os 250% do PIB em 2020.
Para o futuro, “há incerteza significativa sobre como a economia mundial se pode desalavancar no futuro sem impactos adversos significativos para a atividade económica”, considera o IIF.
“A próxima década poderá trazer uma resposta orçamental de recuperação, em forte contraste com o viés da austeridade na década de 2010”, aponta a instituição.
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