“Governo tem apresentado medidas mínimas para uma crise máxima”, acusa Catarina Martins
Após ter chumbado a proposta na generalidade, o BE não descarta a aprovação do documento na votação final global a 26 de novembro. No entanto, pede que o PS acompanhe as propostas do partido.
O Bloco de Esquerda acusa o Governo de estar a ser demasiado otimista em relação ao ritmo de recuperação da economia. O partido liderado por Catarina Martins considera que as medidas de apoio ao emprego, no Orçamento do Estado para 2021, são insuficientes e pede um reforço especialmente focado nos trabalhadores precários e mais jovens.
“O Governo tem apresentado medidas mínimas para uma crise máxima. O que é preciso fazer na especialidade do Orçamento é reconhecer a gravidade da situação que estamos a viver, a profundidade da crise e ter as medidas que possam responder ao país durante o ano de 2021. Achar que vai ficar tudo bem não chega. É preciso ter o investimento, a proteção e as regras para que possa correr bem”, disse Catarina Martins, em declarações transmitidas pela RTP3.
A coordenadora do partido afirma que “não podemos estar sempre a achar que esta é uma crise pequenina”. Critica o Governo, dizendo que este agiu como se no verão a crise já estivesse resolvida com turistas no Algarve e jogos de futebol. E agora, considera que a segunda vaga está a ser desvalorizada. Apesar de a ministra da Saúde já estar a apontar para uma vacinação em janeiro, Catarina Martins só o espera três meses depois.
“O país está em enormes dificuldades. No Orçamento do Estado há a ideia de que no próximo ano já estaremos num período de recuperação e não de crise, quando não há neste momento perspetivas de ser possível começar uma vacinação antes de abril. Sabemos que esse é um processo longo e o próximo ano será ainda de crise”, aponta.
A coordenadora do BE salienta por isso duas medidas em particular que considera fundamentais para apoiar o emprego. Por um lado, pede a reversão do aumento do período experimental (que tinha sido alargado para seis meses) e, por outro, que os apoios públicos às empresas sejam condicionados à proteção dos trabalhadores precários (em vez de apenas os efetivos).
Após ter chumbado a proposta na generalidade, o BE levou 12 propostas de alteração às negociações na especialidade, que vão culminar na votação final global do OE 2021 que está marcada para 26 de novembro. Não descarta a aprovação do documento, mas para isso é preciso que o PS acompanhe as propostas do partido.
“A posição do BE é conhecida. Apresentámos apenas as medidas em que estivemos em negociações até ao fim com o Governo, medidas que já foram ajustadas para haver uma aproximação entre o BE e o Governo e esperamos que o PS faça agora também essa aproximação para ser possível um orçamento que responda à crise“, acrescentou Catarina Martins.
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