Comissão Europeia aprova compra da Fitbit pela Google, mas exige remédios
A Comissão Europeia decidiu aprovar a compra da Fitbit pela Google, mas exigiu remédios para evitar que a multinacional impeça eventuais concorrentes de competirem no mercado.
A Comissão Europeia aprovou a compra da Fitbit pela “gigante” Google, mas a operação sujeita ao “cumprimento integral” de compromissos pela tecnológica, anunciou o executivo comunitário.
A aprovação condicionada surge após uma investigação aprofundada da transação proposta em junho passado. A Fitbit tem uma quota de mercado limitada na Europa no segmento de relógios inteligentes e de desporto (smartwatches), que está em rápido crescimento e no qual estão presentes concorrentes muito maiores, como Apple, Garmin e Samsung.
Para a Comissão Europeia, este negócio “leva a sobreposições horizontais muito limitadas entre as atividades da Google e da Fitbit”, mas causa preocupações no que toca à publicidade, ao acesso ao mercado dos cuidados de saúde digitais concorrentes e ainda ao eventual desgaste perante interligação com o sistema operativo Android.
A Comissão referiu também que “alguns participantes no mercado, que consideram que a Google já tem uma presença significativa no setor da saúde digital, manifestaram a preocupação de que a Google possa obter uma vantagem competitiva neste setor através da combinação das bases de dados da Google e da Fitbit a um nível tal que os concorrentes deixem de ser capazes de competir”.
Ainda assim, “a investigação aprofundada da Comissão não confirmou tais preocupações porque o setor dos cuidados de saúde digitais ainda está a nascer na Europa com muitos atores ativos neste espaço”. Para evitar impactos negativos do negócio na concorrência no Espaço Económico Europeu, a operação foi sujeita a remédios.
“Podemos aprovar a proposta de aquisição da Fitbit pela Google porque os compromissos assegurarão que o mercado de artigos e o espaço de saúde digital nascente se manterão abertos e competitivos”, declarou a vice-presidente executiva da Comissão Europeia com a pasta da Concorrência, Margrethe Vestager.
A comissária adiantou que “os compromissos determinarão como a Google poderá utilizar os dados recolhidos para fins publicitários, como será salvaguardada a interoperabilidade entre os artigos concorrentes e o Android, e como os utilizadores poderão continuar a partilhar os dados de saúde e de fitness, se assim o desejarem”.
Os remédios determinados pela Comissão têm uma duração inicial de 10 anos, podendo ser renovados, e assentam numa “divisão técnica” entre os sistemas da Fitbit e da Google, para evitar que esta última assuma uma posição dominante de mercado.
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