Saiba quanto vai pagar de luz em 2021. Fatura pode não baixar
O salto de 6,3% nas tarifas de acesso às redes vai castigar os consumidores. EDP, Galp e Goldenergy baixam preços para "compensar", Endesa não e a Iberdrola promete "tarifários ajustados" a 2021.
Ano novo, nova fatura de energia elétrica — de preferência mais baixa e com poupanças significativas para as carteiras dos consumidores portugueses. Para quem ainda está no mercado regulado (cerca de um milhão de consumidores) já é certo que o efeito combinado da redução de 0,6% nas tarifas em 2021 e da descida da taxa de IVA para 13% nos primeiros 100 KWh consumidos por mês permitirá poupar entre 20 e 30 euros por ano na fatura de eletricidade, quer se trate de um agregado familiar de duas ou quatro pessoas.
E para quem está no mercado livre, como será? Aos seus quatro milhões de clientes, a EDP Comercial (que detém a maioria da carteira no liberalizado, apesar de estar a perder quota de mercado há algum tempo) já tinha dito que podem contar com uma descida média de 1% nos preços em 2021 (acima do mercado regulado), aplicável a todos os tipos de tarifas (simples, bi-horária e tri-horária) e a todos os níveis de potência. Em 2020, a EDP tinha reduzido os preços aos clientes domésticos em 0,4%.
Esta descida média de 1% equivale, para diferentes perfis de consumo, a reduções da fatura anual entre 1,7% e 2,6%, ou seja, entre 6 e 50 euros por clientes, por ano, estima a elétrica.
A Endesa diz apenas que não vai mexer nos seus preços este ano, “aplicando apenas a atualização das tarifas de acesso às redes de distribuição e transporte de energia elétrica”. Ou seja, os 500 mil clientes da elétrica espanhola verão as faturas subir por via do aumento de 6,3% das Tarifas de Acesso à Rede em baixa tensão normal já anunciada pela ERSE.
Por seu lado, a Goldenergy revelou ao ECO/Capital Verde que vai compensar este salto nas tarifas de acesso “baixando o preço do termo de energia fornecida (euros por KWh) em aproximadamente 4,2% nas suas ofertas novas disponibilizadas para 2021”. “A descida de preços praticada pela Goldenergy vai permitir que as famílias portuguesas não sintam a subida destes acessos”, disse Miguel Checa, CEO da Goldenergy, garantindo que, face ao mercado regulado, os clientes da elétrica poupam por ano entre 53 e 283 euros, de acordo com o consumidor tipo.
A Iberdrola avança também que “a partir dos primeiros dias de janeiro disponibilizará aos novos clientes os tarifários ajustados à realidade dos acessos de 2021”, sem precisar percentagens de desconto ou de aumento dos preços, mas explicando apenas que: “Dependendo do perfil do cliente, podem significar uma melhoria face aos tarifários disponíveis para contratação em 2020″, disse ao ECO/Capital Verde fonte da Iberdrola, sublinhando que “a subida das tarifas de acesso este ano não é marginal”.
“Ao longo de 2020 fomos apresentando tarifários e promoções que entendemos responderem às necessidades competitivas e ao contexto geral de mercado existente. Apresentámos em junho uma forte campanha com redução de 50% nos preços de energia na baixa tensão normal que tinha como objetivo ajudar a minimizar os impactos negativos criados pela pandemia”, frisou a mesma fonte da elétrica espanhola.
Questionada sobre a sua política de preços para 2021, fonte da Galp Energia disse ao ECO/Capital Verde que “reduziu em 2,5% o preço da sua energia, o que se reflete em descidas de entre 0,5% e 0,8% na fatura final dos seus clientes de eletricidade, consoante a potência contratada”.
Os tarifários de eletricidade da Galp para 2021 apresentam descontos totais na fatura na ordem dos 7 a 10%, o que para um casal sem filhos (potência contratada de 3,45 kVa e consumo anual 1500 kWh) se traduz numa poupança de 0,8% ou cerca de 3 euros, por comparação com 2020. Já no caso de um casal com filhos (potência contratada de 6,9 kVa e consumo anual 2600 kWh), a descida é de 0,5%, rondando também uma poupança de cerca de três euros na fatura.
As ofertas mais baratas dos cinco principais comercializadores em mercado livre
Ao sexto dia de 2021, e com os novos tarifários já carregados no simulador e comparador de ofertas comerciais da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), fomos descobrir quais os melhores preços praticados pelos cinco principais comercializadores a operar no mercado livre (e compará-los com a tarifa regulada), para uma família com dois filhos, potência contratada de 6,9 kVA, tarifa simples, consumo anual de 5000 kWh, incluindo tarifários com descontos e reembolsos e excluindo tarifários com ofertas condicionadas.
Desde 1 de dezembro de 2020, todos os clientes de eletricidade que têm contrato com um comercializador em mercado liberalizado já estão também a beneficiar dos primeiros 100 kWh mensais taxados a 13% de IVA, mas 2021 traz agora novos desafios para as faturas de luz destes consumidores. De acordo com a ERSE, no mercado livre o impacto nos preços depende sobretudo das tarifas de Acesso às Redes, mas também da componente de energia adquirida por cada comercializador.
Em 2021, o impacto médio das tarifas de Acesso às Redes na fatura final dos consumidores do mercado liberalizado será de 3,6% em Baixa Tensão Normal.
Um aumento inevitável nas faturas que o regulador espera ainda que as empresas compensem através da componente de energia e das estratégias de aprovisionamento de energia elétrica de cada comercializador, apelando para que sigam a tendência de queda dos preços ditada pela ERSE.
“Dependendo da estratégia de aprovisionamento de energia elétrica de cada comercializador, é possível que, face a preços historicamente baixos do mercado grossista de energia elétrica, o acréscimo das tarifas de Acesso às Redes em Baixa Tensão em 2021 seja compensado pela componente de energia à semelhança, aliás, do que se verifica nas tarifas transitórias de Venda a Clientes Finais que observam uma redução”, disse já o regulador.
Também o secretário de Estado da Energia, João Galamba, fez o mesmo apelo: “Funcionando a tarifa regulada como um referencial de preço para o mercado livre, é expectável que os mais de cinco milhões de consumidores, designadamente os pequenos negócios e as famílias que já se encontram no mercado livre, possam beneficiar também de uma redução nas faturas, por efeito da descida dos preços de energia elétrica”.
(Notícia atualizada com mais informações)
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