Marisa acusa autoridades de falhar na preparação de nova vaga
A candidata presidencial bloquista, Marisa Matias, acusou as autoridades e os poderes públicos em Portugal de terem falhado na preparação da nova vaga da pandemia.
A candidata presidencial bloquista, Marisa Matias, acusou este domingo as autoridades e os poderes públicos em Portugal de terem falhado na preparação da nova vaga da pandemia, recusando acreditar em milagres, mas sim na “vontade política” de dar respostas. O oitavo dia de campanha de Marisa Matias começou no Porto, na Escola Básica e Secundária do Cerco, para um encontro com seis precárias do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo, no final, sido questionada pelos jornalistas sobre o agravamento da situação pandémica em Portugal, com uma enorme pressão sobre os hospitais e avisos de vários especialistas.
“Houve uma falta de preparação em relação ao que aí vinha e nós já sabíamos — não porque eu tenha capacidades de adivinhar o futuro — mas porque havia muitas análises de muitos especialistas, de muitos peritos em saúde pública e em epidemiologia que nos avisavam já que ainda havia momentos muito difíceis pela frente e um agravamento em vários momentos da pandemia”, lamentou.
Na perspetiva da recandidata presidencial apoiada pelo BE, “as autoridades em Portugal falharam e os poderes públicos falharam na preparação do que estava para vir e na garantia dos apoios para que as pessoas pudessem continuar a cumprir esse isolamento”.
“Eu não acredito em milagres, eu acredito na vontade política e na nossa capacidade de dar resposta às necessidades e acredito na nossa capacidade também, enquanto país, de todos e todas juntos ultrapassarmos estes momentos tão difíceis”, respondeu, quando questionada sobre se a ideia de um “milagre português” na primeira vaga contribuiu para algum relaxamento agora.
Para Marisa Matias, “uma intervenção política permanente exige também medidas permanentes e constantes” que deem condições às pessoas e garantia “de que não vão ficar sem rendimento”. “É isso que faz uma resposta completa, não é uma obra de milagre. É obra da política e da intervenção política e da intervenção pública”, defendeu.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina em 22 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.022.740 mortos resultantes de mais de 94,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 8.709 pessoas dos 532.416 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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