Um Gran Coupé em ponto “pequeno”
Depois do 8, 6 e do 4, também o 2 recebeu um Gran Coupé. Um modelo com rasgos de desportivo capaz de fazer as delícias de quem procura um automóvel que lhe oferece aquele prazer de condução.
Os SUV são as estrelas nas vendas no mercado nacional. Há muitos (cada vez mais), de todos os tamanhos e feitios. As carrinhas perderam, por isso mesmo, o fôlego de outrora. E as berlinas? Têm o seu espaço, mas a moda é a dos coupé. E a BMW está atenta. Prova disso é que a família Gran Coupé da marca da Baviera não pára de crescer.
Há muito que nos habituámos a ver o Série 4 Gran Coupé nas estradas, ou mesmo o Série 6, e menos o topo de gama, o Série 8 Gran Coupé. Agora, a BMW resolveu aplicar a fórmula de sucesso mas em formato mais reduzido. Nasceu assim o Série 2 Gran Coupé. A partir do Série 1, “nasce” uma carroçaria mais longa, mais achatada, que culmina numa traseira onde sobressaem os enormes, embora esguios, farolins. E aquele lip na mala, que cria a ilusão de um aileron.
O resultado deste desenho é bastante atrativo. Estamos perante um automóvel para o dia a dia, mas pensado naqueles que não querem “desaparecer” no meio do trânsito. O 2 Gran Coupé faz questão de se mostrar, sendo capaz de roubar alguns olhares menos indiscretos. Alguns porque não conheciam, outros porque o queriam (ou querem) ter.
Espírito desportivo
O look é tudo neste Coupé de pequenas dimensões. E com o Pack M, o BMW ganha ainda mais argumentos. Um pára-choques dianteiro com enormes entradas de ar, que lhe conferem um ar mais agressivo, difusores proeminentes no traseiro, com as jantes específicas desta versão a merecerem o maior destaque. Este lado mais racing não acaba no exterior, sendo percetível assim que acedemos ao interior através das portas sem moldura para os vidros.
Os bancos dianteiros envolvem os ocupantes, quase que os encaixando dentro do 2. As quase backets da frente contrastam com o assento mais tradicional da traseira onde há espaço para três adultos, mas aqueles que têm alguns centímetros a mais podem sentir algum aperto ou mesmo dar algumas cabeçadas. Mas, pelo menos, podem levar muita bagagem nos 430 litros da mala.
Todo o 2 está montado a pensar em quem assume os comandos, a começar pela qualidade do próprio volante de três raios, passando pela posição de condução e toda a tecnologia ao seu redor. Desde o ecrã com toda a informação para a condução até ao ecrã de grandes dimensões embutido no tabliê, o mesmo que se encontra no Série 1. O sistema de infoentretenimento é completo e fácil de usar, sem serem necessárias grandes leituras do manual de instruções.
Prazer de condução
Melhor que ficar a apreciar é mesmo conduzir este Gran Coupé versão “mini”. Há versões muito potentes, com motores sobrealimentados a gasolina, mas os diesel ainda têm uma palavra a dizer. E neste 2, o 220d mostra-se um grande aliado. Com 190 cv e 400 Nm de binário, não falta “alma” debaixo do capot para puxar (sim, a tração é dianteira) pela carroçaria, cabendo a gestão desta potência a uma caixa de velocidades automática de oito velocidades.
A sensibilidade deste bloco ao pé direito aumenta quando se opta pelo modo de condução Sport. Sente-se que todo o conjunto fica pronto para atacar a estrada. E com a excelente afinação da suspensão, é grande o prazer de condução que se pode retirar deste Coupé. Então se em vez de retas pela frente estiver uma daquelas estradas serpentearas de montanha, melhor ainda. É firme quanto baste, sem comprometer o conforto dos ocupantes.
Sem exageros, o 2.0 mostra-se muitas vezes o grande aliado da poupança de combustível, atingindo valores um pouco superiores quando se procura um pouco de mais emoção ao volante. Ainda assim, uma média em torno dos 7l/100 km não assusta, ao contrário do valor que é preciso pagar para o poder estacionar na garagem. Carregado de extras, a fatura chega (como na unidade ensaiada) aos 58 mil euros. É elevada, perigosamente próxima de outros modelos de gamas superiores da marca da Baviera.
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