Comunidades de energia prometem poupança até 30% na conta da luz
A tecnológica portuguesa CSide garante que "o preço por KWh da energia usada em autoconsumo em comunidades de energia renovável pode ser 40% inferior aos preços praticados pelos comercializadores".
Num momento em que o autoconsumo coletivo e as comunidades de energia parecem teimar em não sair do papel em Portugal, com o Governo a ponderar mesmo uma revisão da legislação em vigor para facilitar os processos, a tecnológica portuguesa CSide pretende dar suporte à implementação de 60 comunidades de energia renovável nos próximos dois anos, trabalhando com municípios e empresas, num investimento global que ultrapassa os 32 milhões de euros.
Segundo um estudo da empresa, que está neste momento a concluir quatro comunidades de energia na região de Monção, estas 60 comunidades de energia renovável permitirão que mais de 33.000 habitações em todo o país tenham acesso a energia limpa produzida localmente, “com alto índice de poupança na fatura”, refere a empresa em comunicado.
A CSide garante mesmo que “o preço por KWh da energia usada em autoconsumo em comunidades de energia renovável pode ser 40% inferior aos preços médios praticados pelos comercializadores” em mercado livre.
“Se considerarmos um consumidor residencial com uma despesa média mensal de 50 euros na fatura de eletricidade, estimamos uma poupança mensal entre 20% a 30% no valor pago ao comercializador de eletricidade”, afirma Francisco Gonçalves, CEO da CSide.
Já para uma empresa que adira a uma comunidade de energia num parque industrial, “a poupança mensal pode ser facilmente de várias centenas de euros, podendo exceder 30% da fatura mensal de eletricidade paga ao comercializador, dependendo do padrão de consumo de energia”, frisa ainda Francisco Gonçalves.
A consultora CSide, que desenvolve soluções na área de eficiência energética e energias renováveis, tem vindo a trabalhar com diversos municípios portugueses no planeamento e implementação de comunidades de energia que reúnem os vários edifícios na dependência da autarquia (armazéns, edifícios de bombeiros, pavilhões gimnodesportivos, piscinas municipais, edifícios de escritórios, agrupamentos escolares).
São então várias as autarquias que estão a preparar para 2021 o lançamento de projetos de comunidades de energia renovável, permitindo que os munícipes, domésticos e empresariais, “usufruam de eletricidade a custos reduzidos, com a instalação de painéis solares em edifícios e infraestruturas municipais, sendo o usufruto partilhado com os membros da comunidade”, explica a empresa.
De acordo com a CSide, dependendo do projeto e do tipo de ligação à rede, os consumidores podem beneficiar adicionalmente de poupanças entre 10% a 15% da fatura de eletricidade ou de uma isenção total dos custos de acesso à rede. A dinamização de comunidades locais de energia renovável permite também aos municípios, por exemplo, em bairros históricos ou em zonas residenciais onde seja complexa a instalação de painéis solares, disponibilizar aos moradores os benefícios da energia fotovoltaica.
“As comunidades de energia constituem atualmente um dos melhores meios para municípios, empresas e consumidores individuais concretizarem uma transição energética para energias renováveis e, desta forma, alcançarem poupanças significativas nas suas faturas de eletricidade”, conclui Francisco Gonçalves.
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