EDP tem 19,2 mil milhões para renováveis até 2025, mas só 0,2% vão para o hidrogénio
O Plano Estratégico diz que para o projeto H2Sines o consórcio que junta a Galp, REN, Martifer, Vestas e Engie prevê um investimento em Portugal de três milhões até 2030 e a criação de 1000 empregos.
A EDP tem um mega envelope de 19.200 milhões de euros para investir em energias renováveis até 2025, onde se incluem as tecnologias eólica, solar, hidrogénio verde e armazenamento de energia, revelou esta quinta-feira o presidente executivo da empresa, Miguel Stilwell d’Andrade. No entanto, para a coqueluche “verde” do momento, o hidrogénio, irão apenas 40 milhões (0,2%) nos próximos cinco anos.
“O hidrogénio é uma tecnologia muito embrionária que se vai desenvolver ao longo desta década. Só em 2030 haverá projetos de maior dimensão. Todos os projetos para os próximos anos são ainda pequenos ou projetos-pilotos. Nós temos alguns deles. Neste plano de negócios não temos uma grande capacidade prevista, temos cerca de 40 milhões de euros até 2025. Se houver oportunidades adicionais e boas, iremos aproveitar, mas achamos que será um investimento mais para a segunda metade da década, à medida que a tecnologia se for tornando madura”, disse Stilwell em resposta aos jornalistas.
O Plano Estratégico detalha que para o projeto H2Sines o consórcio que junta a Galp, REN, Martifer, Vestas e Engie prevê um investimento em Portugal de três milhões de euros até 2030 e a criação de 1000 empregos (diretor e indiretos).
Ainda assim a aposta no hidrogénio está lá e a EDP quer chegar a 2025 com 250 megawatts (MW) de eletrolisadores. “Montámos uma unidade de negócio para o hidrogénio para investir nas várias geografias, porque há muitas oportunidades a surgir a médio longo prazo pela Europa fora e nos Estados Unidos, há uma grande apetência por projetos de hidrogénio. Queremos acompanhar isso, é um setor com potencial de crescimento para o futuro”, disse o CEO.
Mais cedo, na apresentação do novo Plano Estratégico da Empresa, o presidente executivo da EDP afirmou que o hidrogénio verde é um tipo de energia que vai “explodir” no decurso da próxima década e que a energética está preparada para tirar vantagem disso, estando já a analisar 20 projetos.
“Acreditamos que esta energia [hidrogénio verde] vai ‘explodir’ no curso da próxima década. […] Nós, EDP, estamos bem posicionados para tirar vantagem disso”, disse Miguel Stilwell d’Andrade, durante a apresentação do plano estratégico do grupo para 2021-2025 aos analistas.
A EDP tem já 20 projetos de hidrogénio verde em análise, disse, sem ter, no entanto, revelado mais detalhes.
Também presente na sessão, o administrador financeiro, Rui Teixeira, disse que “há um consenso” de que o hidrogénio verde é uma tecnologia que “vai levar à meta da descarbonização”. “Naturalmente, vemo-nos a ter um papel-chave neste setor”, acrescentou.
“Há um objetivo estratégico na Europa em termos de crescimento da capacidade de hidrogénio. Em Espanha temos estado bastante ativos, […] temos discutido com grandes companhias”, acrescentou Rui Teixeira.
A EDP é uma das empresas que faz parte do consórcio H2Sines (juntamente com a Galp, REN, Martifer, Vestas e Engie), um projeto para analisar a possibilidade de produzir hidrogénio verde em Sines.
De acordo com o plano divulgado esta quinta-feira, a EDP quer ter mais 50 gigawatt (GW) em energia limpa até 2030, passando de uma produção renovável atual de 74% para 100% em 2030.
O grupo pretende investir 24.000 milhões de euros na transição energética, dos quais 19.200 milhões de euros (80%) em energias renováveis até 2025, que inclui tecnologias eólica, solar, hidrogénio verde e armazenamento de energia.
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