Sporting é líder, mas FC Porto ganha no campeonato dos lucros
Benfica está a realizar campanha aquém das expectativas dos adeptos, mas somou lucro semestral pela sétima vez seguida. Leões vão à frente do campeonato, mas dragões tiveram mais lucros.
Apesar da divisão de pontos, FC Porto e Sporting saíram do derby do fim de semana com sentimentos diferentes. Os dragões perderam uma oportunidade de se aproximarem da liderança e os leões guardaram a vantagem de 10 pontos e estão cada vez mais perto do título. No campeonato dos lucros, a história é outra, com o FC Porto a ter mais razões para sorrir.
A SAD portista fechou o primeiro semestre da temporada 2020-2021 com lucros de 34,4 milhões de euros, graças, sobretudo, à boa campanha na presente edição da Liga dos Campeões e à venda de jogadores. Este resultado compara com os prejuízos de quase 52 milhões registados um ano antes. Por seu turno, a SAD sportinguista registou prejuízos de 6,9 milhões de euros, com os leões a justificarem as perdas com o impacto da pandemia: o vírus fechou os estádios e impossibilitou a venda de bilhetes, tendo ainda afetado o mercado de transferências.
Quanto ao Benfica, a realizar uma época desportiva aquém do esperado pelos adeptos, o primeiro semestre trouxe um lucro de oito milhões de euros. Trata-se de uma descida de 92% e que se deveu essencialmente a dois fatores: a ausência da Liga dos Campeões e a quebra de receitas com venda de jogadores (há um ano, os encarnados contabilizavam os 120 milhões da venda recorde de João Félix ao Atlético de Madrid).
Fonte: CMVM
Pandemia afunda receitas
A pandemia afetou o futebol em todo o mundo e teve reflexos também nas contas semestrais dos três grandes do campeonato nacional. Com os estádios fechados, os clubes perdem receita em bilhetes, lugares anuais e camarotes.
Tanto Sporting como Benfica viram as receitas operacionais (excluindo transferências de jogadores) caírem 26,2% e 47,5%, respetivamente. Os leões tiveram um volume de negócios de 32 milhões e as águias geraram uma receita de 54 milhões — penalizada também pela ausência da Champions.
Em sentido contrário, o FC Porto viu a receita subir 80% para 95 milhões, impulsionada pela presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. De resto, também quase não fez negócio com bilhetes ou camarotes.
Fonte: CMVM
Dragões e águias lideram vendas de jogadores
Fábio Silva (Wolverhampton) e Alex Telles (Manchester United) permitiram ao FC Porto importantes encaixes com o mercado de transferências. Os dragões registam mais-valias de 75 milhões em vendas. É uma soma parecida à do Benfica: 71 milhões de euros. Os encarnados fizeram uma venda relevante, a de Rúben Dias para o Manchester City.
Já o Sporting, com as vendas de Acuña (Sevilha), Wendell (Zenit) e Vietto (Al-Hilal), registou ganhos de 30 milhões de euros com vendas de jogadores. Os leões adiantaram ainda que receberam algum dinheiro pelas variáveis de desempenho negociadas na venda de Bruno Fernandes para o United, há um ano.
Leões e dragões com capitais próprios negativos
Dos três grandes, apenas a SAD do Sporting viu o passivo reduzir-se no período entre junho e dezembro: passou dos 299 milhões de euros para os 292 milhões. Ainda assim, os leões também viram o ativo reduzir-se de 289 milhões para 274,4 milhões no final do ano, o que deixou os capitais próprios em terreno negativo.
Já o passivo do Benfica deu um salto de quase 100 milhões de euros, para os 425 milhões de euros, com os encarnados a justificarem a subida com os investimentos na equipa principal. Nessa medida, o ativo também subiu significativamente: aumentou mais de 100 milhões para perto de 600 milhões.
O FC Porto é o clube que regista o maior desequilíbrio entre passivo e ativo. O passivo atingiu os 497 milhões de euros, o que representa uma subida de quase 50 milhões em seis meses. O ativo subiu 80 milhões para 380 milhões. Tudo conjugado, os portistas estão em situação de falência técnica ao apresentarem capitais próprios negativos de quase 120 milhões.
Fonte: CMVM
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