ISEG vê PIB a cair menos do que no primeiro confinamento

Os economistas do ISEG antecipam que o PIB vai cair menos no primeiro trimestre do que no primeiro confinamento. É isso que mostram os dados.

O ISEG não tem dúvidas de que o confinamento em que o país está há mais de um mês e meio irá afetar significativamente a economia no primeiro trimestre, mas a quebra do PIB deverá ficar abaixo do que se verificou no segundo trimestre de 2020 por altura do primeiro confinamento. A expectativa é confirmada pelos dados que estão disponíveis até ao momento.

Os dados sugerem igualmente uma queda do PIB menor do que a registada no segundo trimestre de 2020 quando vigorou o primeiro período de confinamento“, escrevem os economistas do ISEG na síntese de conjuntura de fevereiro divulgada esta sexta-feira. Contudo, não avançam com a previsão de um número, remetendo para a próxima síntese. No segundo trimestre de 2020, o PIB caiu 13,9% em cadeia e 16,3% em termos homólogos.

O grupo de análise económica do ISEG alerta que, relativamente ao primeiro trimestre deste ano, os dados quantitativos ainda são “escassos”, mas os que estão disponíveis apontam para uma “visível queda da atividade em relação ao quarto trimestre de 2020”. A queda face ao trimestre anterior terá “algum significado” e a queda homóloga ainda será “elevada”, mas as variações serão “limitadas” pelo facto de no primeiro trimestre de 2020 a economia já ter contraído por causa da pandemia.

Os economistas antecipam que o consumo privado será a componente do PIB a dar um maior contributo negativo no primeiro trimestre. Já o consumo público deverá dar um “contributo razoavelmente positivo”. Porém, a evolução do investimento — componente que tem resistido melhor a esta crise pandémica comparando com crises anteriores — é “de momento incerta”, assim como o contributo da procura externa líquida (exportações menos importações).

A quebra “substancial” do consumo privado é “indiciada por indicadores como o volume de negócios no comércio a retalho de produtos não alimentares, vendas de automóveis de passageiros, consumo de combustíveis, valor das compras através da rede SIBS”. A venda de carros encolheu 59% em fevereiro numa altura em que os stands estão fechados.

Mas há outros indicadores que estão a ser “bastante menos atingidos” neste segundo confinamento em relação ao primeiro. É o caso do consumo de energia elétrica em janeiro e fevereiro, com um decréscimo homólogo “muito ligeiro” de 1,3% (valores corrigidos de dias úteis e temperatura). Essa descida compara com uma queda de 13% em abril e maio do ano passado.

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