Lucro do Santander Totta cai 44% para 295,6 milhões em 2020
Banco liderado por Pedro Castro e Almeida aumentou volumes de crédito e depósitos, mas nem por isso melhorou resultado operacional. Imparidades pesam nas contas do banco.
O Santander Portugal registou lucros de 295,6 milhões de euros em 2020, o que representa uma descida de 43,9% face ao ano anterior. O banco justifica a quebra dos resultados com o duro impacto da pandemia. À semelhança do setor, a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida constituiu imparidades de mais de 180 milhões de euros para crédito devido à crise pandémica.
O CEO do banco disse que 2021 vai continuar a ser um ano exigente por causa da pandemia, mas sublinhou que “as vacinas já disponíveis deixam antever alguma esperança” na saída da crise sanitária.
Em comunicado, o Santander Portugal dá conta de um encargo extraordinário (sem explicar qual) de 46,2 milhões de euros registado no quarto trimestre e que baixou ainda mais o resultado do ano passado. Sem este encargo não recorrente, o lucro teria sido de 342 milhões.
Volumes aumentam mas negócio cai
O banco registou um aumento do crédito e depósitos, mas isso não se traduziu em resultados da operação devido às restrições causadas pelo novo coronavírus e também à pressão dos juros baixos do Banco Central Europeu (BCE) e à concorrência.
O crédito total a clientes aumentou 6,8% para 42,7 mil milhões de euros, à boleia das linhas de crédito Covid-19 que beneficiam de garantias de Estado (1,6 mil milhões de euros aprovados nestas linhas), enquanto os depósitos subiram quase 2% para 43,3 mil milhões.
Apesar do aumento dos volumes, a margem financeira (diferença entre juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos) registou uma quebra de 8,1% para 786,6 milhões de euros. “Esta evolução é fruto, essencialmente, da redução dos spreads do crédito, por contexto concorrencial ainda elevado, da descida das taxas de juro de curto prazo, da diminuição da procura de crédito por empresas fora do âmbito das linhas com garantia do Estado, e ainda da gestão da carteira de dívida pública”, explica o banco.
As comissões também caíram quase 2% para 373,2 milhões. Com isto, o produto bancário caiu mais de 4% para 1,32 mil milhões de euros.
Em relação às medidas de moratória do crédito, o Santander adiantam que tanto o regime privado como o regime público abrangiam 87 mil clientes, no montante global de 8,6 mil milhões de euros de crédito, cerca de 21% da carteira total.
Quanto ao tamanho do banco, saíram 208 trabalhadores em 2020, sendo que foram encerradas 62 agências. A instituição conta hoje com 5.980 funcionários e uma rede de 443 balcões.
Rendibilidade cai para metade
Do ponto de vista da rentabilidade, o Santander Portugal viu o rácio da rentabilidade dos capitais próprios (ROE) cair 5,8 pontos percentuais para 6,9%. Cai para quase metade num ano, por causa da pandemia.
Por outro lado, quanto à qualidade do balanço, o banco dá conta de uma melhoria do rácio de exposição a ativos não produtivos (NPE, non-performing exposure), que baixou para 2,6%.
Fruto do aumento das imparidades, a cobertura de NPE (o dinheiro posto de lado para cobrir perdas com ativos problemáticos) subiu 13,7 pontos percentuais para 66,8%.
Já o rácio de capital CET1 chegou ao final de 2020 nos 20,6%, mais 5,6 pontos face a 2019.
(Notícia atualizada às 12h59)
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