Quercus critica PRR por estar afastado do Pacto Ecológico Europeu
Para a Quercus, são "omitidas medidas em setores estruturantes, como na agricultura e na floresta" e desvalorizam-se setores como a ferrovia e a descarbonização da indústria.
A associação ambientalista Quercus criticou o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para Portugal, considerando que o documento que esteve em consulta pública “não substancia” o Pacto Ecológico Europeu.
Para a Quercus, são “omitidas medidas em setores estruturantes, como na agricultura e na floresta” e desvalorizam-se setores como a ferrovia – em favor de mais autoestradas – e a descarbonização da indústria, onde se devia “aumentar o financiamento e definir setores prioritários com maiores impactes ambientais”.
“Apenas 19,2 por cento dos investimentos são destinados ao eixo da Transição Climática, cerca de 63,5% das quais destinadas ao setor Estado, e é escassa a concretização dos investimentos propostos”, considera a associação em comunicado.
A Quercus considera “incompreensível” que a agricultura e a alimentação não sejam um capítulo à parte, encontrando-se “camuflado na componente Investimento e Inovação”.
“Não são assumidos problemas graves como o avanço da agricultura intensiva”, uso excessivo de pesticidas, aumento do regadio sem avaliar se há água suficiente disponível e continua a destruição de zonas como o montado, aponta a Quercus.
Além disso, no plano é “abertamente privilegiada a infraestrutura rodoviária, quando o investimento em infraestrutura ferroviária deveria ser a grande aposta para Portugal”, argumenta a associação.
A Quercus salienta que o documento que esteve em consulta pública até 01 de março é “uma síntese da versão atual” do plano e que “a bem da transparência nos processos e decisões”, devia ser conhecido “o documento completo, incluindo os respetivos anexos”.
Defende que devia haver “uma estratégia nacional de agricultura biológica” e a “interdição progressiva de utilização de químicos” como fertilizantes e pesticidas.
Eucaliptais ardidos deviam ser reconvertidos para plantar espécies de árvores “mais adaptadas e resilientes”, defende ainda a Quercus, que entende que devia haver também um programa para “tratar efluentes domésticos e industriais”.
No setor energético, defende que devia ser apoiada a produção de eletricidade com painéis fotovoltaicos para autoconsumo individual ou coletiva através de “incentivos financeiros e vantagens fiscais consistentes”.
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